O Primeiro Passo é Uma Ilha
O Primeiro passo é uma ilha isolada no meio do grande mar das minhas conturbadas emoções; sou eu o insulado, sou eu a ilha, sou eu o mar.
Vivendo na minha ilha tão isolada, tenho como permanentes companheiros no mar que me envolve, entre outros: O desespero, a falta de esperança, a angústia; o medo, o ressentimento, a amargura, o desgosto de ser e existir, a solidão... São estes alguns dos emocionais monstros marinhos que habitam neste deprimente mar que me isola; são tantos, quase incontáveis.
Vivendo na minha ilha tão isolada, tenho como permanentes companheiros no mar que me envolve, entre outros: O desespero, a falta de esperança, a angústia; o medo, o ressentimento, a amargura, o desgosto de ser e existir, a solidão... São estes alguns dos emocionais monstros marinhos que habitam neste deprimente mar que me isola; são tantos, quase incontáveis.
Se for enumerar aqui todos os negativos pensamentos, e todos os medonhos e devastadores sentimentos que me assolam em minha ignota ilha, faltarão letras no alfabeto para descrever sobre tanta dor.
Como dói de forma funda a solidão em minha ilha de desterro ao final de mais um dia, onde sinto simplesmente que não estou vivendo — apenas naufragando paulatinamente —, apesar da respiração e das batidas do coração.
Sinto-me neste isolamento infernal como um jovem e disfuncional guerreiro emocional falido e sofrido, lutando a cada instante contra minhas próprias emoções em desalinho, brigando como um louco contra pensamentos negativos que me invadem a cada instante — os monstros marinhos no mar que me envolve.
Vejo-me tentando proteger-me de uma nuvem negra de constantes e terríveis marimbondos emocionais, que com seus infernais ferrões assolam a ilha permanentemente, picando-me dolorosamente a cada instante — sofridas picadas emocionais.
Ou ainda, como o pobre gorila King Kong, exilado de seu habitat natural, no alto do Empire State Building, em uma desumana floresta urbana, tentando inutilmente proteger sua vida e sua amada da investida e dos tiros daqueles incansáveis aviões — perdão pela parte que me toca irmão gorila.
Sinto-me também como um Bonaparte vencido, humilhado e maltratado até o final de seus dias, na tórrida e quente ilha de Santa Helena — conheço a solidão do seu desterro irmão Napoleão.
Sinto-me neste isolamento infernal como um jovem e disfuncional guerreiro emocional falido e sofrido, lutando a cada instante contra minhas próprias emoções em desalinho, brigando como um louco contra pensamentos negativos que me invadem a cada instante — os monstros marinhos no mar que me envolve.
Vejo-me tentando proteger-me de uma nuvem negra de constantes e terríveis marimbondos emocionais, que com seus infernais ferrões assolam a ilha permanentemente, picando-me dolorosamente a cada instante — sofridas picadas emocionais.
Ou ainda, como o pobre gorila King Kong, exilado de seu habitat natural, no alto do Empire State Building, em uma desumana floresta urbana, tentando inutilmente proteger sua vida e sua amada da investida e dos tiros daqueles incansáveis aviões — perdão pela parte que me toca irmão gorila.
Sinto-me também como um Bonaparte vencido, humilhado e maltratado até o final de seus dias, na tórrida e quente ilha de Santa Helena — conheço a solidão do seu desterro irmão Napoleão.
O pior deste isolamento na ilha é a certeza de que é para sempre, é a mais profunda convicção de que eu jamais sairei, e de que tudo isso nunca vai acabar. Mas — coisa mais estranha, um paradoxo mesmo —, apesar da ilha e do meu desespero, todos os dias ando em círculos percorrendo toda a minha prisão emocional, na esperança de que não seja um pedaço de terra cercado de água por todos os lados, e que de alguma forma eu encontre uma maneira de sair deste inferno.
O inferno fica ainda mais agudo quando, com alguma contida alegria, depois de muitas voltas e explorações pela ilha afora, achando que encontrei a tão sonhada saída, percebo ainda uma face mais dura de minha difícil realidade: Estou preso dentro de um labirinto com infinitas saídas que levam a lugar nenhum, dentro de uma ilha remota envolta em um mar de medonhos monstros marinhos emocionais.
O inferno fica ainda mais agudo quando, com alguma contida alegria, depois de muitas voltas e explorações pela ilha afora, achando que encontrei a tão sonhada saída, percebo ainda uma face mais dura de minha difícil realidade: Estou preso dentro de um labirinto com infinitas saídas que levam a lugar nenhum, dentro de uma ilha remota envolta em um mar de medonhos monstros marinhos emocionais.
Esta luta por sair, este andar em círculos a cada instante, e sobretudo, a terrível e permanente ilusão de que eu daria conta de escapar deste inferno dantesco, encontrando por mim mesmo uma solução que jamais surgiu, levou-me a um estado de cansaço mental absoluto, levou-me a um desânimo sem fim, levou-me, enfim, a um fundo, frio, fétido e escuro poço dentro de mim, um porto deprimente, última parada das minhas falidas e equivocadas emoções.
Parece então que é o fim da história: Eu perdido em uma ilha remota, cercada por demoníacos monstros marinhos emocionais, dentro de um labirinto, fatigado, vazio, infeliz e em estado de coma emocional dentro de um poço ancorado em um porto de angústia.
Mas eis que nesta ilha tão remota surge um dia alguém que chegou através de um pequenino barco levando uma mensagem — o barco dos 12 Passos —, remando por aquele medonho mar emocional, alguém que conhecia o mar, os monstros, a ilha, o poço e o insulano; alguém que trazia nas mãos uma carta náutica com as coordenadas para a saída do desterro, alguém que conhecia uma certa mensagem — Quinta Tradição —. um navegante como Colombo, redescobrindo a América quinhentos anos depois.
Mas eis que nesta ilha tão remota surge um dia alguém que chegou através de um pequenino barco levando uma mensagem — o barco dos 12 Passos —, remando por aquele medonho mar emocional, alguém que conhecia o mar, os monstros, a ilha, o poço e o insulano; alguém que trazia nas mãos uma carta náutica com as coordenadas para a saída do desterro, alguém que conhecia uma certa mensagem — Quinta Tradição —. um navegante como Colombo, redescobrindo a América quinhentos anos depois.
Com todo o amor de quem conhece sua própria dor e a dor do outro, este alguém, com a delicadeza e a leveza de um passarinho que voa no céu, localizou-me cirurgicamente lá na minha ilha, dentro do meu labirinto e poço, e então acendeu uma diminuta vela, tocou em mim e disse-me: Você está sofrendo, você é um doente emocional, venha comigo que te livrarei deste inferno, venha comigo a uma sala de 12 Passos, a uma sala de Neuróticos Anônimos.
Eu conhecia aquela pessoa, eu sempre a amei desde criança, era a minha irmã mais velha. Fiquei muito surpreso com a presença dela ali na ilha, no labirinto e no poço; jurava que estava só na ilha e no universo, e de repente aparece minha irmã amada. Estaria ficando louco, ou já estava mesmo completamente enlouquecido?
Olhei então para ela, e no final das minhas forças, doze segundos antes da admissão de minha derrota total, doze segundos antes de dar o primeiro passo, respondi lá do fundo de minha profunda negação:
— Irmã, deve estar havendo algum engano, eu não sou doente das emoções, eu não sou um neurótico — neurótico é papai que foi na segunda guerra mundial —, eu estou muito bem, são só alguns problemas ainda não resolvidos... Irmã querida: Não existe poço, não existe ilha, não existe labirinto, não existe um mar depressivo e monstros, são só alguns probleminhas querida, somente alguns probleminhas de curta duração e breve solução...
— Irmão, eu sei que você não é nenhum neurótico ou doente das emoções, eu também não sou, mas escute: Se você quiser ir a uma Sala de 12 Passos, eu irei com você até lá, e conjuntamente participaremos das reuniões.
Naquele instante ela estendeu a mão para mim com tanto amor e compreensão, sem nenhum julgamento, que a segurei firmemente, como se esta fosse uma maravilhosa boia jogada ao mar no exato momento em que eu, o náufrago emocional, como uma pesada pedra, estava indo diretamente para as profundezas do terrível abismo e mar da depressão humana, com a ilha o poço, o labirinto e os monstros marinhos, com tudo enfim — algo parecido com estes grandes maremotos em ilhas distantes do oceano Pacífico.
Não mais estou na ilha e no poço, e venho aprendendo, dia a dia, a entender os meus monstros marinhos; estou agora também no barquinho, remando um dia de cada vez no imenso mar das emoções humanas, sempre na esperança de encontrar uma ilha remota e um náufrago no poço, a fim de ir até lá e levar a mensagem de esperança que um dia chegou aos meus ouvidos, e sobretudo ao meu coração.
O Passo da gratidão é o Décimo Segundo, mas fica aqui o registro: Obrigado anônima irmã, agradecido irmã de lar, irmã de ventre, irmã de dor... Suas remadas de amor transmitindo a mensagem no barco dos 12 Passos salvaram a minha vida, tirando-me da ilha, levando-me definitivamente ao continente dos homens (o meu lugar no mundo), a apenas 12 segundos antes do naufrágio final.
No início da leitura, meu pensamento voou até Dom Quixote e sua eterna luta contra os moinhos de vento!
ResponderExcluirSão tão vívidas sua descrição, que nos transporta para a ilha. Onde como expectadores inicialmente e após alguns instantes, nos reconhecemos como náufragos também. Dia a dia, lutando para sobreviver e vencer nossas limitações.
Que maravilha, quando surge tão suavemente o socorro e nos enche de esperanças.
Tem saída sim, e o nome dela é Poder Superior!
Meu amigo, cada vez mais estou apaixonada pelos seus textos. É uma grande viagem. Parabéns amigo, escritor de almas. Que meu confortam, me ajudam. E me faz seguir uma longa viagem para dentro de medo. Obrigada. Só por hoje eu sou a pessoa mais importante da minha vida fiquei
ResponderExcluirGratidão.
ResponderExcluirGratidão!
ResponderExcluir👏👏👏
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