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Mostrando postagens de dezembro, 2014

O Cajueiro

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Cajueiro Cajueiro visitado por um pássaro O cajueiro foi plantado no alto de um morro, em um local muito seco, pedregoso,  em um solo muito pobre em nutrientes. Sua semente o agricultor levou para sua casa, lá do refeitório da empresa onde trabalhou. Após comer a fruta, só para variar, ficou cheio de compaixão pela semente, e não a jogou no lixo, guardou-a no seu bolso e posteriormente colocou-a em um saquinho preto para germinar. O cajueiro germinou, o agricultor ficou contente, e ali mesmo, próximo ao viveiro de mudas foi plantado. Seis anos depois ele começou a frutificar, produz bastante, parece naquele ambiente tão seco, um verdadeiro prodígio da natureza, vez por outra passa um pássaro por lá e dá umas bicadinhas em alguns de seus deliciosos frutos. Suas folhas vão caindo no chão, e pouco a pouco vai ajudando a recuperar o solo degradado e abandonado. O suco do caju é muito bom, rico em vitamina C, porém quando a fruta é colhida no pé, seu sabor é muito mais gostoso,

Meu amigo KPY5157

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Foto tirada no dia em que ele partiu  Este ai na foto é o meu amigo KPY, um gol, que rodou comigo quase 300.000 Km (Trezentos Mil Quilômetros). Depois de 13 anos de convivência, eu o negociei, um Senhor aposentado ficou muito feliz com ele, e o levou para a sua casa. Minha esposa perguntou-me se eu sentia alguma coisa pelo carro, e eu, em um primeiro instante, disse que não, que não sentia nada, que era apenas um carro como outro qualquer, e que os carros não possuíam alma ou vida. Menti, confesso agora. Olho para ele na foto e sinto saudades, foram muitos anos de convivência, rodamos juntos na Rodovia Presidente Dutra mais de Cento e Cinquenta mil quilômetros, algumas vezes ele chegou até mesmo a aquecer, porém, jamais me deixou a pé, sempre cumpriu com retidão o seu compromisso de me levar em todos os lugares onde eu precisava ir. Quando eu o comprei, sua pintura estava bem bonita, achava que ele era meio fraquinho com aquele motor 1.0, mas com o tempo fui me acostumando com ele

O Berçário do Agricultor

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Silêncio, plantas germinando O velho carrinho de mão que transportou ao longo da vida tanta terra e tantas mudas, agora, já cansado e enferrujado, não podendo mais circular pela ação do tempo, transformou-se em berçário para as novas plantinhas que, quem sabe poderão transformar-se em futuras árvores. No seu bojo cheio de terra, aparecem as mudinhas do ipê amarelo, ipê roxo e pata de vaca, cada pontinho verde é uma semente que germinou, um milagre da vida.  Na próxima etapa, o agricultor tirará do carrinho cada uma das mudinhas, e dará para elas moradias temporárias em saquinhos pretos, onde elas receberão água, amor e carinho, e aguardará até que elas cresçam pelo menos uns 25 centímetros, para depois plantá-las em local definitivo. O Homem do campo age como um general diante de uma guerra, não comanda homens, seus soldados são suas plantas, que um dia terão que ir para os campos da vida, e ele sabe que, tal como os soldados em uma batalha, muitas delas também perecerão. Este fat

Tição, o vira lata

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Tição , o vira lata do agricultor Tição é um dos meus vira latas. Irmão do Billy, Nina, e Miúda, filho da Alegria. Todos os outros já passaram pelo blog, hoje falarei sobre ele. Quando ele nasceu dei este nome a ele, pois o achei muito feio, e decidi que quando os interessados em levar os bichos aparecessem, este seria o primeiro da fila. E o tempo foi passando, e nenhum candidato apareceu para levar a cachorrada, filhos da Alegria, que resolveu dar uma voltinha, arrumou um namorado, e logo em seguida uma barriguinha bem redondinha. Até que num dia, um primo ligou para mim, dizendo que queria um cachorro. Fiquei tão feliz, e fui também muito prestativo, peguei logo o feio do Tição e levei -o embora todo satisfeito. Chegando na casa do meu primo, deixei lá o Tição, confesso que senti um certo mal estar ao saber que o cachorrinho seria criado preso a uma corrente, mas, pensei lá com os meus botões, ele acaba se adaptando, e fui embora para minha casa, naquele momento era um vira lat

Os Guapuruvus

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Guapuruvu O Guapuruvu é uma das maiores árvores brasileiras, cresce muito rápido, e pode chegar a até 40 metros de altura. Na primavera, sua florada na copa bem alta, é um espetáculo de rara beleza, e pode ser visualizado por muitos a uma longa distância, devido a sua grande altura. Ele, em condições adequadas pode crescer uns 3 ou 4 metros por ano. A primeira vez que o agricultor encontrou um destes gigantes da natureza foi na cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, andava por uma rua, segurando na mão do seu filho, ainda pequeno, e então viu, dentro do Parque da Biquinha um grande número deles, enormes, que beleza, foi amor à primeira vista. O agricultor, sempre que possível, planta alguns deles, geralmente em áreas abertas, longe de construções, devido ao seu tamanho. Mas existe um porém: Os guapuruvus crescem muito rápido, e vivem pouco, em média uns 50 anos, um tempo muito curto para uma árvore tão grande e tão bela. E um dia o agricultor ficou pensando a respeito desta

A Jabuticabeira do Agricultor

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E as chuvas chegaram, ainda que tímidas, e a jabuticabeira começou a produzir. São milhares de frutos, quanto mais você come, mais aparece, parece que a produção é infinita. Em 2007, quando ela produziu pela primeira vez, foram somente dois frutos, e de lá para cá, sempre que chove na primavera, ela fica coroada com estas maravilhosas bolotinhas pretas. Nesta época do ano ela é muito visitada pelos pássaros, pelos marimbondos, pelo agricultor, seu filho e sua esposa. Comer dos seus frutos no pé, sob sua sombra gostosa, em uma tarde quente de verão é algo difícil de se descrever, é como se você estivesse por alguns instantes mergulhado no paraíso celeste, porém, bem nos fundos do seu próprio quintal. A jabuticabeira é uma árvore nativa do Brasil, genuinamente nacional, não ocorre naturalmente em nenhum outro país do mundo, e o agricultor fica muito feliz pelo fato de que uma delas ocorre bem nos fundos de sua casa, e por incrível que possa parecer, esta não foi plantada por ele, m

As Sobreviventes

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Ipê roxo, um dos sobreviventes O agricultor andava pela borda da mata, preparando o terreno para os novos plantios da primavera. Naquele ano uma parte do terreno recebeu a ação direta de uma queimada, o capim estava novamente crescendo, e havia naquela área muitos sauveiros. O agricultor vai andando um pouco desanimado, pensou consigo "tanto trabalho em vão, a queimada provocada por algum inconsequente matou muitas mudas aqui plantadas". Naquele trecho do reflorestamento o solo era muito compactado, ali crescia dois terríveis adversários das árvores, o capim braquiária e o capim colonião, não era nada fácil lidar com eles, e havia também a infestação das saúvas.... O agricultor refletiu, refletiu, e resolveu que seria melhor abandonar aquele terreno tão difícil, havia nas imediações outros locais mais favoráveis para o plantio, porém, de repente ele deu uma espiada para o chão e lá encontrou no meio do capim um ipê roxo, um sobrevivente daquela aridez, e um pouco mais ad

O Agricultor e a Cerejeira do Rio Grande

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Cerejeira do Rio Grande O agricultor andava pela mata, agora mais contente, finalmente as chuvas da primavera haviam chegado, e tudo estava ficando verde e bonito, tão bonito. E eis que, inesperadamente, ele se depara com uma pequenina cerejeira do rio grande, com dois lindos e apetitosos frutos vermelhinhos. Foi para ele uma surpresa bastante agradável, ele realmente não esperava por aqueles frutos em uma planta ainda tão jovem. E o agricultor todo feliz, pega os frutos e os degusta com imenso sentimento de gratidão àquela planta, e logo em seguida, já que o viveiro de mudas estava tão pertinho, ali mesmo já coloca na terra aquelas duas sementes, que, quem sabe, futuramente poderiam brotar gerando novas árvores. E o agricultor resolve puxar conversa com sua amiga, a cerejeira. - Cerejeira, minha companheira, você sabia que dentro de uma única de suas sementes existe um cerejal inteiro?  A cerejeira não responde, no fundo ela realmente deveria conhecer esta resposta, porém, fa