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Mostrando postagens de maio, 2015

Um Sonho de Alegria

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Alegria, a cadelinha do Agricultor Agora é somente uma foto, a vira lata não está mais lá, a vida a levou, somente Deus sabe para onde. É estranha a vida, ou o nosso comportamento em relação a ela. Muitas vezes temos coisas simples e maravilhosas ao alcance de nossos olhos e mãos, e frequentemente não nos damos conta disto, é como se vivêssemos constantemente em algum lugar do passado, ou quem sabe ainda, em algum ponto distante do futuro, longe da única realidade que temos, o momento presente. Olho agora para a foto e sinto uma profunda saudade da cachorrinha, mas olhe, sinceramente falando, quantas e quantas vezes, no passado, estive ali bem ao lado dela, não dando muita importância ao fato, absorto do presente. Vou olhando a foto e tentando fazer um exercício sincero de viver sempre o agora. Agora é hora de escrever, de ouvir música, de sentir minha respiração, de sentir saudades daqueles que já não mais estão aqui. Neste exato momento ouço George Harrison, minha mente deseja f

O Agricultor e a Caroba Branca

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Caroba Branca  O agricultor urbano é um eterno apaixonado pelas árvores da mata atlântica, sempre foi assim, desde que ele era pequeno, ficava encantado com as árvores que cresciam nas capoeiras próximas à sua casa. Hoje em dia, um pouco mais amadurecido, ele foi transformando sua paixão em ação, o amor pelas plantas deixou de ser algo platônico e contemplativo, e passou a ser algo real.  A alguns anos atrás, ele passou pela borda de uma mata e viu um pé de caroba branca, uma espécie nativa da mata atlântica, e obviamente, ficou encantado pela árvore. Daquele dia em diante, sempre que podia, ele passava perto da planta e dava uma olhadinha, para verificar a existência de sementes. É como se ele estivesse paquerando uma garota, sempre dava aquela olhadinha, invariavelmente mudava sua direção nas suas andanças, somente para passar perto da sua amada, a árvore, e observar. O processo foi se repetindo, até que finalmente, em um dia ele a encontrou repleta de flores brancas, um espetác

O Agricultor e a Lâmpada Maravilhosa

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Nina e Tição zelando pelo agricultor O agricultor estava no campo cuidando de suas árvores, o dia estava quente naquela manhã de domingo, e haviam ainda muitas mudas para serem plantadas. E ele ia fazendo as covas e colocando em cada uma delas uma muda, e o tempo passando, e ele cavando e plantando. Já eram quase 10:00 horas da manhã, faltava uma última muda, ele pegou sua poderosa cavadeira de metal maciço (o Valentim), e começou a cavar o último buraco daquele dia. De repente, ao cavar, ele ouviu um barulho, um toque de metal com metal, o que seria? Pensou que talvez pudesse ser um pedaço de ferro velho ali jogado, ou uma lata velha, ou outra coisa qualquer. Retirou a terra do fundo do buraco cuidadosamente, e lá no fundo encontrou algo muito antigo, semelhante às lamparinas de azeite que haviam na casa de seus avós, e que ele não via a muitos e muitos anos. Retirou a lamparina do buraco, e percebeu que, apesar de velha, estava ainda em bom estado de conservação, um pouco enferr

O Filodendro Abandonado

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Domingo bem cedo, o agricultor chega no campo para trabalhar um pouco, esquecer os problemas do dia a dia, desligar-se da rotina da cidade, mergulhar, quem sabe, nos mistérios da terra, ouvir os pássaros, ficar por algumas horas a sós. Vai dando uma espiada pelo terreno, e não demora muito encontra alguns galhos de árvores jogados em cima de plantas recém plantadas, possivelmente obra de algum vizinho da área pública, ávido de ver-se livre de tudo que a princípio não presta, e jogando logo no primeiro lugar em que encontra, insensível ao que possa estar por lá. E o agricultor, pacientemente, vai removendo os galhos de cima das pequeninas plantas em fase de crescimento, quem sabe, pensa ele, daqui a pouco quando as árvores crescerem um pouco mais,passem a ser vistas e, que maravilha, respeitada por todos. E enquanto ia recolhendo os galhos, o agricultor depara-se com um bonito filodendro, arbusto nativo das matas tropicais, ali, jogado também, abandonado mesmo, com suas raízes e

A Gripe da Alma

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Miúda sob o Abacateiro O tempo foi esfriando e o agricultor contraiu uma gripe. Neste período perdeu o apetite, não conseguia admirar a beleza ao redor, sentia um mal estar constante e sua vida ficou sem gosto e sem graça. Ele sabia que a gripe era um mal que atacava o corpo físico, porém, depois de alguns dias passaria, e ele recobraria novamente a saúde.  Neste período gripal, ele observou que haviam muitas outras pessoas que não estavam gripadas, porém, ele percebia que elas, apesar de estarem fisicamente saudáveis, também não conseguiam sentir beleza pela vida, estavam muitas vezes aborrecidas e mal humoradas, não sentiam se bem em lugar algum, queriam muitas vezes ficarem assim, digamos, encolhidinhas em um cantinho qualquer, e então, ele concluiu através destas observações que aquilo também era uma espécie de gripe, quem sabe a gripe da alma.  Depois que sua gripe passou, ele voltou novamente a cuidar de suas plantas, andando, como de costume, pelo mato com seus vira latas;

Carta do Cedro Rosa

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Cedro Rosa Volta Redonda, 12 de Maio de 2015 Prezado Agricultor Urbano, no dia de hoje resolvi escrever, depois de tanto vê-lo pelos campos cuidando com tanto carinho de minhas irmãs, as árvores, percebi que posso confiar inteiramente em sua pessoa. São poucos os de sua espécie (os humanos) que respeitam e cuidam de nós, as árvores. Ao longo de séculos temos perdido cada vez mais e mais o nosso espaço, muitas vezes somos vistas como um estorvo, um mau necessário, empecilho ao progresso e por ai afora. No passado, em conjunto, formávamos grandes florestas onde habitavam inúmeros animais, com um sem número de fontes de água, fartura de frutos, uma beleza de encher os olhos. A cada ano que passa, perdemos mais e mais nosso habitat, muitas de nós já estão em listas de extinção, e apesar de tudo isto, a destruição continua. Como sei agricultor, que você consegue comunicar-se conosco, venho através desta fazer um apelo, a fim de que leve aos seus semelhantes nossos sentimentos e pes

Devagar, Quase Parando

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Hibisco Colibri Onde estaria andando o agricultor urbano. Sumiu, como a primavera que se foi, vive agora o outono e o inverno, recolhido em si mesmo. Neste período vai coletando sementes e preparando novas mudas que serão plantadas no próximo verão. Ele pensou mesmo em dar uma parada geral, afinal de contas ninguém é de ferro, porém, andando pela mata passou ao lado de um pé de hibisco colibri, repleto de lindas flores vermelhas, uma coisa muito linda. E o agricultor percebeu que aquela planta continuava com a sua missão mesmo no período mais seco e frio do ano. E ele refletiu, refletiu, e percebeu também que  deveria continuar com o seu trabalho. Como as chuvas somente voltariam lá pelos meses de setembro e outubro, não haveria como plantar nada neste período, o solo ficaria muito seco, porém, havia uma infinidade de sementes para coletar, saquinhos de terra para encher, coroamento em mudas para fazer, havia todo um viveiro quase sem mudas para refazer, e uma série de outras cois