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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Um Eterno Plantar, Um Eterno Pintar

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Pau Cigarra Florido O agricultor adormece e sonha... "Ah Vincent Van Gogh, se fosse possível encontrá-lo, seria tão bom! Poderíamos, quem sabe, sairmos por ai contemplando a natureza, formaríamos, talvez, uma boa dupla. Você levaria suas tintas, suas paletas, seus pincéis, e eu, que mal consigo desenhar uma casa ou um homem, ou qualquer coisa, levaria minhas ferramentas de cavar e muitas e muitas sementes nos bolsos.  Andaríamos pelos campos, eu cavando buracos, preparando a terra, plantando árvores, criando paisagens naturais, e você, amigo e gênio, distante no tempo e no espaço, iria retratando tudo isto, manipulando suas tintas e criando suas telas, com seu extraordinário talento.  Mostraria para você o Pau Cigarra, uma explosão do mais vivo amarelo, a Paineira Rosa, enorme, imponente, com suas flores tão suaves, você certamente chegaria às lágrimas quando, em um campo seco, nos frios meses do inverno, pudesse admirar nos campos os ipês floridos, ipês roxos, amarelos, b

A Escola de Samba do Agricultor

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Componentes da Escola de Samba do Agricultor É domingo de carnaval, bem cedo, os foliões começam a chegar em suas casas, vindos dos bailes e desfiles de carnavais, e preparam-se para dormir, e o agricultor acorda e levanta, são 6 horas da manhã, e agora a sua escola vai desfilar.  Na comissão de frente o Cajueiro, Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Paineira, Embaúba, Babosa Branca, Angico Preto, Angico Branco, Angico Vermelho, Sibipiruna, Palmeira Jerivá e Pau Brasil,  como mestre sala e porta bandeiras respectivamente Pau Ferro e Cássia Rosa, como mestre de baterias Pau Rei, Gameleira como rainha da bateria, Jamelão como puxador de samba, enxada, cavadeira, facão e machadinha como alegorias e adereços, na fantasia perneiras, botas e chapéu, o local do desfile é um pasto à direita da foto, o público (pardais, canários, rolinhas, sabiás, garrinchas e outros pássaros) já esperam ansiosos, tudo pronto, ao longo do desfile muitos buracos serão cavados, muito capim carpido, muitas mudas plantadas,

Por quem os Sinos Dobram?

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Aqui Jaz Alegria Dobram por ti Alegria, cadelinha mansa, amiga e fiel que um dia apareceu em minha casa, vinda, não sei de onde e conquistou o meu coração e o da sua dona. Dobram por ti Alegria, que perambulou tanto pelas ruas da cidade, sem rumo, sem alimento, sem esperança, querendo apenas um pouco de carinho, um cantinho para dormir, alimento e alento, e muitas vezes recebendo de muitos o descaso, maus tratos e desamor.  Dobram por ti Alegria, que tanto me acompanhava às minhas idas ao mato, sempre muito contente, fagueira, e veloz, que fazia companhia para Jully, a poodle, e ia com ela para a rua passear, naqueles locais tão comum para você e tão estranho e hostil para ela.  Dobram por ti Alegria, que um dia escalou o telhado e fugiu, e depois de algum tempo estava bem barrigudinha, deixando na casa mais quatro filhotes que foram tão bem cuidados e amados por ti.  D obram por ti Alegria, que em um dia caiu do carro em um cruzamento, e escapou ilesa, sem um arranhã

Capim Rabo de Burro

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Capim Rabo de Burro O agricultor estava cuidando do bosque, as árvores cresciam, as chuvas haviam voltado, tudo estava ficando verde e bonito. Neste manejo, o agricultor vai priorizando as árvores e via de regra, cortando o capim, que depois de ceifado transforma-se em adubo. E vem sendo assim a algum tempo, o agricultor encontra basicamente pelo caminho o capim gordura e o capim colonião, ambos africanos, resistentes, e se ficarem sem controle, tomam conta de tudo e sufocam as pequenas mudas, ávidas de luz solar. Então, a impressão que fica é a de que o agricultor não gosta do capim, que sua prioridade são as árvores, que ele é o avesso dos pecuaristas, que amam os capinzais, os bois e os pastos. Mas a vida não é um ciência exata, e o agricultor passou por um pé de ipê da flor verde, e viu que no seu entorno havia capim, e preparou-se para o ataque, porém deteve-se, observou com mais cuidado, viu que o capim era diferente, era mais suave, bonito mesmo, e então ele percebeu que aq

Jully, a Poodle

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Jully, a Poodle Ao longo das postagens o agricultor foi revelando a existência dos seus queridos vira latas que o acompanham por todos os lados. Muitos já conhecem Alegria, Billy, Tição, Miúda e Nina, mas existe ainda mais uma encantadora cadelinha, é a Jully uma poodle. Chegou na casa do agricultor pequenininha, o nome foi dado pelos seus filhos quando ainda eram pequenos, e o animalzinho com o seu jeito carinhoso foi cativando a todos. Jully, como todos os de sua raça é uma excelente companheira, gosta muito de estar perto das pessoas, não gosta nunca de ficar só, adora uma bolinha, e gosta muito também de passear de carro. Nos domingos, quando o agricultor começa a preparar-se para ir embora para a cidade do Rio de Janeiro, a Jully, assim como os demais cachorros vão ficando tristes, e cada um deles procura um cantinho para curtirem a ausência anunciada. Jully é um animal caseiro, poucas vezes vai ao quintal, quando tem alguém na casa não sai de lá, porém, quando está só, e o a

O Jovem e o Aposentado ou o Aqui e Agora

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Quaresmeira da casa do agricultor O agricultor estava a alguns anos atrás cuidando de uma área pública. Ele havia adotado aquele espaço onde crescia somente o capim, quando podia ia para lá, e ia plantando suas mudas, uma por uma, sem pressa, sem esperar por nenhum resultado. E o tempo foi passando, e as árvores foram crescendo e aparecendo, e aquela área desolada foi ficando bonita, agradável, com pássaros, com verde, com frescor. E as pessoas que frequentemente passavam por ali e o ignoravam, começaram a perceber que ele existia, e incrível, algumas delas passaram até mesmo a falar com ele. E ele ouvia o que as pessoas diziam, e muitas comentavam que o trabalho que ele realizava era louvável, que todos deveriam fazer como ele, que assim o Brasil seria melhor, o mundo seria melhor, e por aí afora. E o agricultor continuava o seu trabalho, sem se preocupar muito com os comentários a respeito do que fazia, no fundo, o agricultor desejava somente que as árvores pudessem crescer em p

Meu vizinho, o Jatobá

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Jatobá da Rua Ibituruna Algumas pessoas sentem-se felizes por morarem nas vizinhanças de indivíduos famosos, porém o agricultor urbano não liga muito para isto, mas ele é humano, e como tal também possui os seus pontos fracos. E não é que ele está bastante feliz  por descobrir que, ao lado do seu apartamento, na selva de pedra da cidade do Rio de Janeiro existe um belo jatobá, espécie de grande porte da mata atlântica. Ele acorda pela manhã, abre a janela, dá uma olhadinha para a esquerda, e lá está a árvore, que beleza, e mais ainda, está florida, daqui a pouco, quem sabe, ele poderá pegar na calçada alguns de seus frutos para plantio. Tom Jobim o grande maestro e compositor carioca cantava que de sua janela via o corcovado e o redentor, que lindo, e o agricultor urbano, de sua janela lá próximo ao Maracanã vê o jatobá, que lindo também.

A Depressão

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Sobrasil florido, que beleza... A depressão é o final da ilusão, é a fase da vida em que os encantos e folguedos do mundo material já não mais podem trazer nenhum contentamento, porem as amarras ainda estão lá, é um limiar, uma fase transitória em que voltar não é mais possível, mas ainda é muito difícil abandonar as velhas estruturas emocionais e avançar para a luz, para a espiritualidade que reside em nós. O espirito preso em si mesmo sofre muito, esta cansado, fatigado, procura uma saída e não a encontra, é como estar em um labirinto sem encontrar a área de escape. Nem todo o ouro do mundo, nem toda a glória mundana, nem todo o poder, nem toda a riqueza do universo, nem todo o conhecimento científico, nenhum conhecimento religioso ou filosófico, nenhuma longa viagem ao redor da terra, ou quem sabe a um planeta distante, nenhuma nova paixão, nada, absolutamente nada pode preencher este vazio, este abismo da alma. O labirinto é uma ilusão, fruto do medo, do apego, da dificuldade

A Varinha de Guaximba, ou A Autoridade da Costureira, ou ainda Sábia, Sabiá, Sabia

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Guaximba Minha mãe era costureira, fazia maravilhas na máquina, costurava para os pobres, para os de classe média, e eventualmente até para clientes ricos. Seu trabalho era conhecido e reconhecido, as roupas eram muito bem feitas, verdadeiras obras de arte, tudo sob medida. Passou muitos anos de sua vida dentro do quarto de costura, muitas vezes mais de 12 horas por dia. Ora costurava, ora cortava, ora media, ora orava e assim por diante, não obstante, gerenciava também sua casa, educava e orientava os filhos, todos tinham seus deveres, suas obrigações... Minha mãe possuía apenas a instrução primária, estudou lá na roça, no interior do Espírito Santo, em uma escola rural, e a distância da sua casa até a escola era de aproximadamente uma légua sesmaria (Seis Quilômetros), que ela muitas vezes percorria à pé. Apesar do pouco nível de instrução escolar, minha mãe era muito sábia, gostava de ouvir o canto da sabiá, e sabia que a educação era muito importante na vida dos filhos, de for