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Mostrando postagens de março, 2016

O Manacá da Tia Lourdes

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Manacá da Serra, árvore nativa da Mata Atlântica O agricultor andava feliz da vida entre árvores que ele havia, ao longo dos anos plantado nos fundos do seu quintal. Havia lá uma grande variedade delas, muitas já com vários metros de altura, atraindo pássaros, produzindo sombra, beleza, frescor, abundância... Lá estava a paineira rosa, o ingá, a sibipiruna, o pau ferro, o pau jacaré, a embaúba, e tantas e tantas outras, árvores de sua infância, árvores da mata atlântica, tão amada por ele, árvores da sua vida. Aos poucos, por puro gesto de amor e gratidão, ele ia montando o quebra cabeças daquilo que havia sido no passado uma exuberante floresta, com uma infinidade de variedade de plantas, tudo destruído ao longo de décadas de exploração pelas necessidades, ou não, bicho homem, as árvores foram, uma a uma caindo para o café, para o gado, para a indústria, para o fogo, para as casas, para a ganância, gradativamente a beleza da mata foi dando lugar a aridez do pasto. Quando o agricu

Primeiro de Março em um Rio de Janeiro

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Largo da Carioca, Rio de Janeiro Sua Benção mãe. Hoje é o dia do seu aniversário, primeiro de março. Confesso mãe que havia mesmo esquecido da data, nunca da senhora, e a irmã ligou para mim e lembrou-me. Lá embaixo agora mãe, no Largo da Carioca, a bandinha está tocando a música cidade maravilhosa, é que mãe, hoje também é aniversário da cidade do Rio de Janeiro, cidade que eu aprendi a amar. A saudade é muita mãe, é profunda, é eterna, tão frondosa como uma velha paineira, tão densa como a sombra de uma mangueira em um dia de verão, tão grande quanto um velho jatobá, sinto às vezes vontade de vê-la, de ouvi-la, de dar um abraço, de ficar ali pertinho, quieto, contemplando a plenitude de sua presença. Sua ausência muitas vezes dói em mim, dói fundo, e eu vou mesmo assim, seguindo adiante, cheio de gratidão por tudo que recebi de ti. Sabe mãe, sinto às vezes que você, de alguma forma vive dentro de mim, quando vou para a cozinha ou para o campo, ou quando ando pelas ruas e convers