O Antúrio da Costureira
Era uma vez uma costureira que amava todas as flores de um modo geral, e os delicados antúrios em particular...
A costureira era mãe de um menino que gostava de todas as árvores que brotavam do chão. Importante registrar que esse menino morava em uma casa onde havia um quintal grande, muito grande, quase uma chácara, quase uma quinta.
Ouve um dia em que a costureira estava cuidando dos seus antúrios, com todo aquele infinito amor que sempre emanava do seu coração. Seu menino estava por ali; já era casado e tinha os seus filhos, porém, para a sua mãe, ele ainda era um menino.
Neste dia, após adubar e podar os seus antúrios, a Costureira pegou uma das mudas e a ofertou ao seu filho.
— Cuide dela menino... recebi de sua avó, a mãe do Caminhoneiro Solitário; produz flores de um vermelho intenso, algo de rara beleza.
O menino pegou a muda do Antúrio e a levou para a sua casa; no seu quintal já havia quase uma floresta, porém nenhum antúrio... no dia seguinte, ao amanhecer, ele precisava plantar muitas árvores e o tempo estava correndo, assim como correm os rios em direção ao mar. Correndo então, ele plantou de qualquer maneira o presente da costureira em algum canto do seu quintal, que como já sabemos, era muito grande.
O rios continuaram correndo, assim como a vida e tudo mais. Alguns anos se passaram, e então, no coração do menino, a Costureira era agora um ponto de saudade e amor. Suas árvores cresceram, a floresta tomou conta do quintal de tal maneira, que o sol precisava pedir licença para entrar com os seus viajantes raios que vinham de tão longe.
De vez em quando, o menino fazia uma ronda pelo quintal, juntamente com os seus vira latas; andava de um lugar para outro, sem destino certo, apenas observando, admirando e amando tudo aquilo...
Aconteceu então dele passar perto de um muro onde o capim grassava livremente, abafando tudo o que havia por ali. Em instantes seu coração disparou, e em um átimo de segundo ele lembrou-se da recomendação da Costureira: "Cuide do antúrio menino, recebi a muda de presente de sua avó..."
O remorso e a dor que ele sentiu foi intensa; agora ele se lembrava... ali, naquele local, ele havia plantado de qualquer maneira o antúrio da Costureira, tomado pela pressa de cuidar de suas árvores. Caminhou cheio de culpa, triste e envergonhado por aquele capim inculto; era necessário agora coragem e dignidade para descobrir a sepultura onde jazia o antúrio por ele abandonado.
Louvado seja Deus, louvada seja a natureza, louvada seja a vida, louvada a resistência, louvado seja o amor... lágrimas, muitas lágrimas brotaram dos olhos do menino naquele instante; lágrimas de gratidão, alegria, graça e beleza: O antúrio estava lá, e estava vivo.
Era uma vez um menino que amava todas as árvores de um modo geral, e os delicados antúrios — presente da Costureira e de sua avó — , em particular...
A costureira era mãe de um menino que gostava de todas as árvores que brotavam do chão. Importante registrar que esse menino morava em uma casa onde havia um quintal grande, muito grande, quase uma chácara, quase uma quinta.
Ouve um dia em que a costureira estava cuidando dos seus antúrios, com todo aquele infinito amor que sempre emanava do seu coração. Seu menino estava por ali; já era casado e tinha os seus filhos, porém, para a sua mãe, ele ainda era um menino.
Neste dia, após adubar e podar os seus antúrios, a Costureira pegou uma das mudas e a ofertou ao seu filho.
— Cuide dela menino... recebi de sua avó, a mãe do Caminhoneiro Solitário; produz flores de um vermelho intenso, algo de rara beleza.
O menino pegou a muda do Antúrio e a levou para a sua casa; no seu quintal já havia quase uma floresta, porém nenhum antúrio... no dia seguinte, ao amanhecer, ele precisava plantar muitas árvores e o tempo estava correndo, assim como correm os rios em direção ao mar. Correndo então, ele plantou de qualquer maneira o presente da costureira em algum canto do seu quintal, que como já sabemos, era muito grande.
O rios continuaram correndo, assim como a vida e tudo mais. Alguns anos se passaram, e então, no coração do menino, a Costureira era agora um ponto de saudade e amor. Suas árvores cresceram, a floresta tomou conta do quintal de tal maneira, que o sol precisava pedir licença para entrar com os seus viajantes raios que vinham de tão longe.
De vez em quando, o menino fazia uma ronda pelo quintal, juntamente com os seus vira latas; andava de um lugar para outro, sem destino certo, apenas observando, admirando e amando tudo aquilo...
Aconteceu então dele passar perto de um muro onde o capim grassava livremente, abafando tudo o que havia por ali. Em instantes seu coração disparou, e em um átimo de segundo ele lembrou-se da recomendação da Costureira: "Cuide do antúrio menino, recebi a muda de presente de sua avó..."
O remorso e a dor que ele sentiu foi intensa; agora ele se lembrava... ali, naquele local, ele havia plantado de qualquer maneira o antúrio da Costureira, tomado pela pressa de cuidar de suas árvores. Caminhou cheio de culpa, triste e envergonhado por aquele capim inculto; era necessário agora coragem e dignidade para descobrir a sepultura onde jazia o antúrio por ele abandonado.
Louvado seja Deus, louvada seja a natureza, louvada seja a vida, louvada a resistência, louvado seja o amor... lágrimas, muitas lágrimas brotaram dos olhos do menino naquele instante; lágrimas de gratidão, alegria, graça e beleza: O antúrio estava lá, e estava vivo.
Era uma vez um menino que amava todas as árvores de um modo geral, e os delicados antúrios — presente da Costureira e de sua avó — , em particular...
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