Abacateiro

Abacateiro,  seu fruto em minha mão
Neste sábado despertou minha emoção

Abacateiro no outono 
Na casa do tio Antônio

Abacateiro na chácara do meu avô
Lá alto do morro todo em flor

Abacateiro do tio Emídio, no terreiro 
Tão pertinho do pessegueiro

Abacateiro da casa de meu pai, que resistiu ao vento 
Mas que um dia  sucumbiu aos golpes do facão, que tormento

Abacateiro no décimo terceiro andar  do prédio, em Niterói
Confinado na sacada da janela, como dói

Abacateiro tão distante que não plantei 
E que um dia sob sua copa chorei

Abacateiro que nos anos tão incertos
E que somente para ti abria os meus desertos

Abacateiro que me abrigou sob sua copa, tão solidário 
Tão amigo e confidente do que fui, um solitário

Abacateiro, de fevereiro a janeiro
Planto suas sementes  o ano inteiro

Abacateiro, desde pequenino
Eu te amo como um menino

Abacateiro, meu amigo do coração
Tudo o que escrevi, escrevi com gratidão

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