Gente Precisa de Pão
Estão matando gente
Gente de toda a cor
Estão matando gente
Até no Arpoador
Estão matando gente
Indiscriminadamente
Estão matando gente
Outrora tão contente
Estão matando gente
De Copacabana a Madureira
Estão matando gente
Com tiro faca e peixeira
Estão matando gente
Como nunca antes se viu
Estão matando gente
Até no mês de abril
Estão matando gente
Matando gente a mil
Estão matando gente
Com tiros de fuzil
Estão matando gente
Gente que sempre sofreu
Estão matando gente
Gente que nunca viveu
Estão matando gente
Com tantas balas perdidas
Estão matando gente
Gente tão sofrida
Estão matando nos ventres bebês
Mesmo antes de nascer
Estão deixando tantas mães
Gestando tanto sofrer
Você que mata gente
Você que nada sente
Pare de matar a gente
Gente tão inocente
Gente precisa amar
Gente precisa estudar
Gente não precisa de arma
Arma de se matar
Gente carece de trigo
Gente precisa de educação
Gente carece de abrigo
Nunca atire em gente não
Gente precisa de escola
Gente precisa de pão
Gente não carece de bala
Besta bala de canhão
Gente precisa nascer
Para viver o seu darma
Gente precisa crescer
Sem balas sem tiros sem armas
Gente gosta de flor
Gente gosta de amor
Gente não gosta do horror
Do tiro que traz a dor
Uma arma abre uma cova
Um tiro abre um furo
Um livro abre uma vida
Uma escola abre um futuro
Não preciso de armas
Para me defender
Bastam me as palavras
Para somente escrever
Com pena escrevi os versos
E não com uma arma na mão
Na mão apenas a pena
E no sentimento a emoção
Triste realidade, que só a poesia pode tocar sem se contaminar com tanta dureza, maldade, brutalidade.
ResponderExcluirLindo
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