Dongo e o Grande Gato Amirante
Era uma vez um camundongo chamado Dongo, o mais incomum dos camundongos; Dongo sofria de codependência, e neste estado de alma, via-se como um camundongo — Dongo era um homem —, bem como todos os seus semelhantes como gatos. Dongo convivia com os gatos, porém, como é natural, tinha medo deles — os camundongos temem os gatos.
No universo de Dongo, o mundo era um grande navio que singrava diariamente os mares da vida — escuros e tenebrosos mares. Havia um grande problema na vida de Dongo com relação aos gatos: Os gatos angorás — Dongo não suportava os angorás.
Na relação de Dongo com estes gatos o seu medo era patente; neste convívio, Dongo era efetivamente a presa — um camundongo — e os angorás eram, de fato, os cruéis predadores — os gatos. Havia no navio onde Dongo vivia um almirante, responsável e senhor absoluto de toda aquela embarcação e pela vida de todas aqueles seres que ali viviam, e o almirante, para grande infortúnio de Dongo era um gato, não um gato comum, mas um gato angorá, o Grande Gato Almirante.
O Grande Gato Almirante tinha em suas mãos o controle de todo o navio; era o chefe supremo, e nesta condição não aceitava nenhuma contrariedade, tudo deveria estar sempre na mais perfeita ordem, caso contrário, ele, de forma impiedosa, colocava suas garras para fora, punindo duramente com ríspidas palavras e duros gestos os infratores.
Dongo, ao longo de sua vida, teve com o Grande Gato Almirante uma relação de amor e ódio, e mesmo tendo um dia colocado o seu barquinho no mar, passando a navegar por conta própria, levou consigo em algum lugar dentro de si mesmo a imagem, ora controladora e autoritária, ora amorosa e sábia, daquele Grande Gato Almirante em cada instante do seu viver.
Para grande pesar do camundongo Dongo, mesmo tendo abandonado o navio um dia, ele encontrou ainda pelos mares, ilhas, praias, atracadouros e portos por onde passou, tantos e tantos outros angorás mais — haviam angorás em todos os lugares —, tal como o Grande Almirante. Dongo viveria uma vida quase inteira, para descobrir finalmente, por mais estranho que possa parecer, que ele era um gato angorá também, uma quase imagem e semelhança do Grande Gato Almirante.
O Grande Gato Almirante tinha em suas mãos o controle de todo o navio; era o chefe supremo, e nesta condição não aceitava nenhuma contrariedade, tudo deveria estar sempre na mais perfeita ordem, caso contrário, ele, de forma impiedosa, colocava suas garras para fora, punindo duramente com ríspidas palavras e duros gestos os infratores.
Dongo, ao longo de sua vida, teve com o Grande Gato Almirante uma relação de amor e ódio, e mesmo tendo um dia colocado o seu barquinho no mar, passando a navegar por conta própria, levou consigo em algum lugar dentro de si mesmo a imagem, ora controladora e autoritária, ora amorosa e sábia, daquele Grande Gato Almirante em cada instante do seu viver.
Para grande pesar do camundongo Dongo, mesmo tendo abandonado o navio um dia, ele encontrou ainda pelos mares, ilhas, praias, atracadouros e portos por onde passou, tantos e tantos outros angorás mais — haviam angorás em todos os lugares —, tal como o Grande Almirante. Dongo viveria uma vida quase inteira, para descobrir finalmente, por mais estranho que possa parecer, que ele era um gato angorá também, uma quase imagem e semelhança do Grande Gato Almirante.
De camundongo à Grande Gato Almirante, que jornada incrível!
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