O Menino Nos Escombros
Mora um menino dentro de mim, perdido e sofrido dentro de meus escombros emocionais. Os escombros são os frutos da guerra das emoções travadas no mundo dos homens. Eu não sabia da existência do menino sofrido lá dentro, confesso que não sabia. Mas escavando meus pântanos, andando pelos meus brejos, mergulhando fundo no meu poço e vasculhando meus porões, acabei chegando em uma região muito desolada, onde finalmente percebi a presença dele.
O menino é feliz e quer brincar, é livre como o vento e deseja voar como os passarinhos, ou ainda, soltar pipas nos ventosos meses de outono. Apesar da guerra das emoções humanas, dos escombros, do desterro onde vivia, da solidão e abandono, apesar de todos os pesares, o menino é imortal e feliz. Nunca vi uma criança assim com tanta confiança na vida, com tanta graça, vitalidade e vontade de viver, nunca vi um ser tão presente, apesar de todas as dores.
Vendo-me chegando naquele local, o menino convidou-me a sair dali. Neste instante senti medo, muito medo... medo de sair e abandonar minhas velhas e arruinadas estruturas emocionais, senti medo da liberdade, por tão somente conhecer a prisão, pois - coisa mais estranha -, ali, na frente daquele menino, quem estava mesmo preso era eu, e era como se eu fosse, de uma certa forma, o criador daquele sub-mundo interior e o carcereiro do próprio menino. Sentindo a consciência de tudo isso chorei... chorei de dor, impotência e pequenez, chorei de raiva, culpa e remorso, chorei como se fosse eu, e não o menino, o cativo, como se fosse eu, e não o menino, o ser desprezado e esquecido dentro de mim.
O menino então pegou em minhas mãos, dizendo-me: Vamos, acompanhe-me agora, chega de poços e pântanos e brejos e abismos e fossas e guerras...vou ensinar a você, de uma forma leve e feliz, como pode ser graciosa a viagem da vida, a viagem da liberdade do pensar, sentir e do existir. Fechei então os olhos e deixei-me conduzir.
O menino é feliz e quer brincar, é livre como o vento e deseja voar como os passarinhos, ou ainda, soltar pipas nos ventosos meses de outono. Apesar da guerra das emoções humanas, dos escombros, do desterro onde vivia, da solidão e abandono, apesar de todos os pesares, o menino é imortal e feliz. Nunca vi uma criança assim com tanta confiança na vida, com tanta graça, vitalidade e vontade de viver, nunca vi um ser tão presente, apesar de todas as dores.
Vendo-me chegando naquele local, o menino convidou-me a sair dali. Neste instante senti medo, muito medo... medo de sair e abandonar minhas velhas e arruinadas estruturas emocionais, senti medo da liberdade, por tão somente conhecer a prisão, pois - coisa mais estranha -, ali, na frente daquele menino, quem estava mesmo preso era eu, e era como se eu fosse, de uma certa forma, o criador daquele sub-mundo interior e o carcereiro do próprio menino. Sentindo a consciência de tudo isso chorei... chorei de dor, impotência e pequenez, chorei de raiva, culpa e remorso, chorei como se fosse eu, e não o menino, o cativo, como se fosse eu, e não o menino, o ser desprezado e esquecido dentro de mim.
O menino então pegou em minhas mãos, dizendo-me: Vamos, acompanhe-me agora, chega de poços e pântanos e brejos e abismos e fossas e guerras...vou ensinar a você, de uma forma leve e feliz, como pode ser graciosa a viagem da vida, a viagem da liberdade do pensar, sentir e do existir. Fechei então os olhos e deixei-me conduzir.
Tudo isto dentro dos meus escombros, os escombros de minhas próprias emoções por tantos anos tão desconhecidas e negadas.
Fonte: Blog do Agricultor Urbano
https://oisiola.blogspot.com/2019/05/o-menino-nos-escombros.html
Feliz quem tem um menino, uma criança interior que te leva pela mão! Tesouro incalculável! Leveza, gratidão e amor!
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