O Agricultor Urbano e Aladim



Era um domingo, e o Agricultor Urbano andava pelo campo. De repente, do nada, surgiu alguém à sua frente; era nada mais nada menos que Aladim, o gênio da lâmpada maravilhosa. O Agricultor já o conhecia das mil e uma noites.

 Bom dia Agricultor.

 Como você me encontrou aqui?

 Graças àquela foto divulgada pelos satélites indianos na semana passada. Gostaria de conceder-lhe quatro desejos, pode pedir o que quiser.

 Quatro? Nos contos são apenas três!  Exclamou o Agricultor sorrindo.

 Quero então um carrinho de mão, uma pá, uma enxada e um monte de terra amarela.

"Este homem simples do campo não consegue compreender o meu poder", pensou o gênio, após realizar aqueles insólitos e simplórios desejos.

 Concedo-lhe em caráter excepcional mais três desejos.

 Quero então três cachorros vira latas.

O gênio atendeu mais uma vez  já com uma certa má vontade —, e começou mesmo a achar que o Agricultor Urbano não era muito certo da cabeça, ou quem sabe, como afirmavam alguns, era mesmo um ser de outro planeta. Explicou então para ele tudo o que ele poderia conquistar naquele instante único — dinheiro, glória, poder, fama, prestígio, ilhas paradisíacas... , e pediu para que ele agora fizesse um pedido mais sério, seria finalmente o último.

 Quero um copo d'água fresca.

O gênio, orgulhoso que era, desapareceu sem atender àquele último desejo daquele homem tão ignorante, e o Agricultor então, juntamente com os seus três vira latas, foi caminhando tranquilamente  até a bica próxima. "Se ele aparecesse novamente com mais três desejos, certamente pediria a ele três queijos, como costumam fazer alguns conhecidos meus lá das Minas Gerais", riu solitariamente o Agricultor, enquanto bebia contente da vida  sua água fresca.

Comentários

  1. Muito bom Companheiro!!!
    Achei mesmo fantástico,o pequeno relato de contentamento do Agricultor Urbano e seu Tempo Presente,rs..
    Me preencheu a alma..tb no tempo presente..
    #Muito Grata!!!

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