Na Impermanência do Olhar, A Permanência do Amar

Paralisado olhar, paralisado pelo medo... medo de que? Medo de quem? Anestesiado olhar, anestesiado e mergulhado na inércia... medo de olhar, medo do olhar... 

Medo do duro olhar, olhar de pedra, olhar frio; olhar distante, olhar destoante, olhar inconstante; olhar reprovador, olhar inquiridor, olhar que afasta, olhar que isola, olhar que assola...

Difícil olhar, não consigo olhar, não posso olhar, não posso... olhar que não chora, olhar que não molha, olhar que não brilha; olhar que dói, olhar que corrói... 

Dói olhar o doido olhar, o insano olhar, o negado olhar, o carente olhar, o doente olhar, o ausente olhar; dói olhar o sofrido, oprimido, comprimido, perdido... perdido olhar.

Depois da impermanente tempestade do duro olhar vem a bonança, que traz consigo a esperança do suave olhar, que de tão profundo e leve, alcança a infinita constância do divino olhar... olhar a eterna permanência do amar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Varinha de Guaximba, ou A Autoridade da Costureira, ou ainda Sábia, Sabiá, Sabia

A Chama da Vida

O Marido, a Mulher, o Rio e a Calça