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A Sol que brilhava na Rua 3 |
Sol era o nome da cachorrinha do meu irmão, também uma poodle , irmã da Jully, a poodle lá de casa, aquela que anda com os vira latas no meio do mato. Os animais são assim, vão chegando devagarinho, e pouco a pouco vão conquistando o espaço para, logo logo conquistarem os nossos corações. A princípio dizemos para nós mesmos, do alto de nosso pseudo saber " não vou me apegar a este bicho", porém, a vida tem lá as suas magias, e pouco a pouco os bichos vão nos conquistando e depois de algum tempo, não mais sabemos se fomos nós que nos apegamos a eles, ou se foi eles que se apegaram a nós, e quando nos damos conta, eles já invadiram a casa toda, e sobretudo, passam a existir no mais profundo de nossos sentimentos. Com a sol não foi diferente, era a rainha da casa, uma perfeita dama de companhia, sabia quem chegava, quem saia, amava os donos e todos os familiares, era, na verdade um membro da família. As crianças iam para a escola, e lá ia a sol acompanhando a meninada até a porta, ansiosa pelo regresso, agora o seu dono vai trabalhar, e lá está a sol, indo até a varanda e através do seu latido, dizendo um até breve, e as crianças chegam, e lá está a sol esperando, e o dono volta do trabalho, e surpresa, a sol já sabe, ela conhece o horário de todos, e já está esperando pelo dono amado. E depois que todos partiam, lá estava a sol, rodeando sua dona, onde a dona ia, a sol ia atrás, os poodles são assim, eles simplesmente não gostam da solidão e amam profundamente as pessoas que os cercam. E a sol acompanhou o crescimento das crianças, e as crianças cresceram, casaram e se foram, e a sol continuava lá, e veio a neta, e lá estava a sol com sua luz própria brincando com a criança. Era mesmo como um sol a sol, sua dona ia à cozinha, e lá estava a sol, e agora o dono resolve assistir televisão, e quem já esta lá pelos cantos do sofá, claro que a sol, ou seja, como um sol, a sol ia dando o seu brilho próprio a tudo e a todos na casa. E como o sol também se põe, assim foi com a sol, que um dia também deixou de brilhar, deixando apenas seu rastro de luz. Começa um novo dia, as pessoas lá da Rua Três já estão de pé, a muito, os primeiros raios de sol, vindos do leste, vindos de longe, de muito muito longe já invadiram amorosamente o ambiente, o sol também se levanta, falta, no entanto a luz da sol, está apagou-se para sempre, contudo, no coração de todos aqueles que a amaram, esta luz brilhará por toda a vida.
😢 única. Eterna solzinha. Obrigada pela homenagem.
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