Maribel e a floresta
Violeta de Maribel |
Era uma vez, em uma cidade distante, próxima à Serra do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, uma jovem chamada Maribel. Esta jovem gostava muito de ecologia, lia todos os artigos possíveis e imagináveis sobre o meio ambiente, preocupava-se com a poluição dos rios, a destinação inadequada dos resíduos sólidos, o esgoto doméstico não tratado, e por ai afora. Maribel sempre pensava que o mundo seria tão melhor se todos respeitassem os bichos, as plantas, se todas as pessoas do mundo plantassem árvores, muitas árvores. Maribel gostava muito das árvores, deliciava-se sob suas sombras nos dias quentes de verão, muitas vezes colhia dos seus frutos, à vezes recolhia lenha nas matas próximas para o seu fogão, enfim, Maribel possuía uma estreita ligação com a natureza. Certa noite, assistindo TV, Maribel ficou transtornada ao saber do constante desmatamento na floresta amazônica, descobriu que o homem com suas poderosas motos serras e seus potentes tratores, estavam paulatinamente destruindo a grande mata, um trabalho de formiguinha, porém constante, descobriu que, ao longo dos anos vindouros a grande floresta do norte estava realmente ameaçada. Naquela noite, e pelos dias seguintes, Maribel não teve mais paz, a preocupação era muito grande, sua cabeça mais parecia uma casa de marimbondos, onde já se viu, estamos destruindo a floresta, o que fazer, para quem ligar, a quem apelar, algo precisa ser feito, precisamos salvar a floresta. Maribel pensou em escrever manifestos, organizar reuniões com a comunidade, falar com o prefeito, os vereadores, os deputados... Maribel tinha um filho, uma criança de aproximadamente 6 anos de idade, menino observador e inteligente como todas as crianças atuais. Certo dia, sem entender nada da preocupação de sua mãe a respeito das questões ambientais, a criança disse:
-Mamãe, mamãe, sua violeta mamãe, sua violeta morreu lá no quintal, acho que de sede!
Maribel vivia tão preocupada em salvar a distante floresta, que esqueceu de cuidar da própria violeta, tão próxima e tão frágil, ao alcance de suas mãos, no jardim de sua própria casa. Contam alguns, que a partir deste incidente, as violetas da casa de Maribel passaram a ser as mais belas e floridas de toda a região do Caparaó, e que ela passou a ter noites de sonos mais tranquilas, cuidando sempre do seu jardim que estava tão próximo dela, e um pouco menos preocupada com a grande floresta lá do norte, a floresta amazônica.
Comentários
Postar um comentário