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Nina |
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Miúda |
O dia estava muito quente, o mês era o de janeiro, verão. O Agricultor ia e vinha nas suas andanças pelo mato, e atrás dele, na frente, do lado esquerdo, do lado direito, sempre aqueles cachorros que ele ainda conhecia tão pouco,latindo o tempo todo, pedindo carinho, atravessando no seu caminho, e o agricultor pensava "que cachorrada chata, não largam do meu pé, estão em todos os lugares". Os vira latas somente não ficavam por cima dele porque não tinham asas, senão, certamente estariam lá também. E o agricultor entrava na casa para tomar água, e as pragas do Egito começavam a latir querendo o dono, e quando resolvia dar uma cochilada depois do almoço, os pestinhas ficavam do lado de fora, próximo ao quarto, arranhando a parede, chorando e chamando por ele. Pela manhã, o agricultor acordava lá pelas 6 horas, e os capetinhas já estavam lá de plantão, queriam carinho, queriam a presença, queriam ração, queriam ir para o mato, queriam a presença do dono, que sufoco! E um dia, já cansado de tudo aquilo, o agricultor ousou fazer a seguinte pergunta para o universo, ou para o seu próprio Deus: "Por que?" E a resposta veio. O agricultor, em uma tarde muito quente, entrou no galinheiro abandonado de sua casa, local onde ele enchia saquinhos com terra para o plantio de suas mudas, e lá dentro, ouviu os cachorros rosnarem de uma forma muito aguda, algo diferente, e ele foi lentamente saindo do galinheiro, porém os chachorrinhos continuavam latindo muito, chamando sua atenção, e quando ele chegou na porta e olhou para o lado, havia uma enorme cobra, uma dessas venenosas, cobra que certamente o picaria se não fosse pelo alerta dos animais. O agricultor deteve o passo e recuou, a cobra armou o bote na porta do galinheiro, os cachorros continuaram a latir, desejando proteger o dono, e a cobra, por capricho, ou por outra razão qualquer, resolveu ficar ali, enroladinha, próxima à porta, e o agricultor preso, com medo, ou por espírito de compaixão, talvez, não matou o réptil, porém, através do celular, acionou a defesa civil que chegou algum tempo depois, capturando o bicho que possuía 1,03 m (Um Metro e Três Centímetros), a fim de levá-lo para um local onde pudesse ser solto. A partir daquele dia, nasceu entre o agricultor e os seus vira latas um profundo sentimento de respeito e gratidão, daquele momento em diante a sua casa era também a casa dos cachorrinhos, seus amáveis e inseparáveis amigos, seus olhos e ouvidos no meio do mato, seus queridos anjinhos. Vida longa para Nina, Billy, Tição e Miúda, filhotes da saudosa Alegria, presentes da vida, presentes de Deus.
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Tição |
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Billy |
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