Namastê

 E o agricultor caminha pela praia e chega a um local muito agradável, na beira da encosta e do mar, onde encontra a casa de um pescador. Olha para a casa com muito carinho e respeito e logo em seguida vem a lembrança daquele seu iluminado mestre, o professor Hermógenes. Um dos inúmeros pensamentos daquele sábio vem logo à sua mente: "A paz é pobre, muito pobre, a casa do pescador pode ser a sua morada". E o professor partiu, não mais habita este mundo material, pensa o agricultor, porém, foi tão bom tê-lo conhecido e com ele convivido. E o agricultor recorda do mestre com uma profunda saudade, homem simples, cheio de luz interior, homem que com sua presença irradiava amor por todos os lugares por onde passava, um exemplo de vida e ação. E outra frase do mestre vem à sua cabeça: "Que Deus me livre de ser normal", e o agricultor ri sozinho lá naquele cantinho do mar, no fundo, ele começava a achar que também não desejava sofrer da "Normose", doença tão comum no momento à grande maioria dos seres humanos. E ele continua andando, e sente de alguma forma, que aqueles que partiram sempre levam um pouco de nós, contudo, sempre deixam muito de si mesmos. E caminhando pela areia, vem ainda aquele cumprimento tão bonito e tão falado nos círculos por onde passou o humilde e sábio professor: "Namastê", palavra oriunda do sânscrito, que pode ser traduzida como: "O Deus que está em mim saúda o Deus que está em você". Namastê professor Hermógenes, Namastê.

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