O Vira Lata do Litoral
E lá na praia, o agricultor acordou e levantou bem cedo, a fim de dar uma caminhada pela areia. E não demorou muito, e o vira lada da pousada apareceu e fez companhia para ele durante todo o trajeto. Qualquer pessoa que cruzasse com ele pela areia juraria que ele era o dono do cachorro, os dois andavam tão próximos um do outro, como se conhecessem a muito tempo. De vez em quando o agricultor dava uma parada e fazia um pouco de carinho no animal, que gostava muito, e desta maneira os dois andaram bastante pelas bordas do mar naquela manhã. Será que o agricultor possuía o dom de cativar os animais, ou, ao contrário, eram os animais que conseguiam sempre cativá-lo, esta é uma pergunta sem resposta. Desde sua infância sempre foi assim, o agricultor sempre gostou dos cachorros, das galinhas, dos patos, dos gatos, dos pássaros, dos gansos, dos marrecos, enfim, da bicharada de um modo geral. Depois de três dias na praia, chegando a hora de ir embora, não duvidem, o agricultor ficou cheio de desejo de pegar o vira lata, colocá-lo dentro do carro e levá-lo para sua casa, afinal de contas, pensava ele, onde comem cinco, comem seis, e ele teria a companhia de mais um para andar com ele pelas capoeiras e áreas de reflorestamento de sua cidade, porém, ele não fez isto, ficou somente no desejo, mas ele partiu cheio de saudades daquele vira lata amigo e encantador, o vira lata do litoral. E no momento da despedida ele se lembrou de uma frase de um escritor francês (Antoine de Saint Exupery): "Eu não tenho necessidade de Ti. E Tu não tens necessidade de mim, porém, se tu me cativas, teremos necessidade um do outro, serei para ti único no mundo, e serás para mim único no mundo".
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