Plantar Não é Preciso
Era um domingo de verão; o Agricultor Urbano, como de costume, estava no campo cultivando árvores, acompanhado como de costume pelo seu inseparável vira lata Tição. Estava prestes a terminar sua lida sob um calor escaldante, quando foi abordado por alguém que desfrutava a sombra de uma gameleira nas bordas bosque.
— Bom dia Agricultor! — exclamou o desconhecido.
— Bom dia senhor — respondeu o Agricultor.
— Moro aqui perto e venho observando a alguns anos o seu trabalho no campo, e percebo muitas perdas.
— Perdas? Como assim perdas? — inquiriu o Agricultor com sua enxada na mão.
— Tenho uma visão matemática sobre o seu trabalho; observando o campo ao longo dos anos, percebo que está havendo uma perda de mais ou menos 40 por cento das mudas plantadas, ou seja, para cada dez mudas que o senhor planta, quatro são perdidas. Creio que esteja ocorrendo uma operação matemática denominada subtração.
Ao comentar sobre isto o matemático fez um movimento parabólico com o seu braço em direção ao campo, na tentativa de tentar provar sua tese para o Agricultor.
— Senhor, creio que haja um erro em seu cálculos; muitas das sementes das seis árvores que vingaram entre as dez, são levadas pelos pássaros, pelo vento, por pequenos roedores, dentre outros, e acabam germinando em locais onde minhas botas ainda não pisaram; neste momento o Agricultor fez um movimento em linha reta com sua enxada, apontando para um local mais abaixo onde cresciam algumas árvores. Tenho a certeza que está ocorrendo uma operação natural chamada abundância, ou ainda, o milagre da exponenciação. Calcular é preciso, plantar não é preciso senhor!
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