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O Agricultor Urbano Nos Tempos da Pandemia

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Um jornalista da agência Reuters publicou na manhã deste domingo uma foto, afirmando que finalmente conseguiu fotografar o jamais visto Agricultor Urbano. Segundo o jornalista, a foto foi tirada bem cedo, nas proximidades de uma mata onde todos dizem que vivem o anônimo agricultor. Caso seja confirmada a veracidade da foto e do fato, o jornalista passa a ser um grande candidato a  receber o próximo Prémio Pulitzer. Segundo o jornalista, após ser fotografado, o homem e o cão que estava em seus braços correram em disparada para dentro da mata  —  sofreria o Agricultor Urbano de fobia social?  As controvérsias já começaram... Os especialistas de todo o mundo afirmaram categoricamente, que todos os estudos comprovaram que nas supostas aparições, o desconhecido Agricultor sempre apareceu acompanhado de três cães no seu entorno, e não apenas com um no seu colo  —  seria o Agricultor um urbano cuidador de cachorro vira lata? Policiais americanos ao analisarem a fo...

O Agricultor Urbano e a Erithrina Verna

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Naquela tarde de sábado, tendo terminado a sua lida pelo campo, o Agricultor Urbano parou sua caminhada de volta para sua casa, e então, passando por uma  Erythrina Verna no seu caminho,   admirou com olhar de contentamento lá no alto a sua copa, e no seu ato de contemplar refletiu:  "Como demorou a florir esta árvore... Um dia veio o fogo e a queimou de cima a baixo, restando dela somente as raízes. Então, como a Fênix, ela conseguiu renascer das próprias cinzas, e agora é uma árvore bonita e muito alta. Com suas flores avermelhadas vieram os beija-flores, as maritacas, muitos outros pássaros e uma grande quantidade de sementes. A Erythrina, na sua saúde, não guardou pelo fogo nenhum ressentimento, pois ressentimentos são coisas dos egos humanos, e não das árvores que crescem confiantes servindo a Deus, independentemente de quaisquer circunstâncias". Assim refletiu o Agricultor Urbano  pelos caminhos por onde pisavam as suas botas , ao o bservar com alegria e g...

A Criança, o Velho Manuscrito e a Linguagem do Coração

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Aquele manuscrito exposto em um museu, havia sido encontrado em alguma caverna nas proximidades do mar morto, e por décadas, nenhum arqueólogo, bem como nenhum outro ser vivente, havia ainda conseguido traduzi-lo.  Numa certa tarde, num grande esforço mundial, todos os grandes sábios do mundo foram chamados para tentar desvendar o grande enigma do manuscrito; tudo em vão, ninguém conseguiu ler aquele documento desbotado e amarelado. Então, aconteceu algo inusitado; um velho arqueólogo havia levado para a conferência um de seus netos, que era uma criança. Quando todos estavam desanimados pelo fracasso generalizado na tentativa da tradução, a criança foi até o documento, olhou para ele, olhou para o seu avô e os demais, e disse: —   Vovô, eu consigo ler o que está escrito aqui. O Avô, que era sábio, ao ouvir aquilo não ficou constrangido, apenas sorriu, e sorrindo, disse ao neto: —   Em que língua está escrito criança? —   Está escrito na linguagem do coração vovô. — ...

A Criança, O Discípulo e o Mestre

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Tarde de um sábado de inverno em uma sala de estudos na escola da vida; o discípulo já estava presente, e a aula estava prestes a começar. Instantes depois serenamente chegou o mestre,  trocando um profundo e amável olhar com o seu aprendiz; o livro foi aberto, e silenciosamente as lições começaram. Algum tempo depois, acompanhado por uma criança,  passa alguém pelas proximidades da sala, que observa então no interior desta um homem debruçado sobre um livro, lendo atentamente cada palavra  —   devia ser algum aluno  —   e ele estava só. Este alguém, ainda com a criança ao seu lado, passa ainda mais uma vez poucos instantes depois, e observando novamente a sala, nota o mesmo homem transmitindo amorosamente conhecimentos para alguém  —  devia ser algum mestre  —    e ele estava só. Sua mente ficou então confusa, e na confusão ele indagou: —    Como pode ser isto meu Pai do céu? O mistério foi resolvido pela criança ao seu la...

Uma Crônica Sem Palavras

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Naquele primeiro domingo de inverno, o Moço das letras tentava escrever uma crônica, mas por mais esforço que fizesse, nenhuma ideia ocorria-lhe na mente; estariam as palavras fazendo greve? Em determinado momento, ele ouviu uma voz que vinha de dentro, a voz de sua Criança Interior, e a voz, sem palavras, disse para ele: "Procure pelo seu amigo, o Agricultor Urbano, que através dele você escreverá no dia de hoje uma crônica sem palavras". O Moço das Letras confiava sempre naquela Criança, mas daí a escrever uma crônica sem palavras soava estranho para ele; mais por saudades do velho amigo, do que propriamente pela intuição interior, ele resolveu efetivamente visitar o Agricultor Urbano. Então, como sempre fazia, seguiu simplesmente o rastro verde deixado pelo seu amigo ao longo do caminho, até finalmente chegar à casa dele, naquela colina verdejante onde, a cada metro e meio de distância podia tocar-se em uma árvore ou mais.  Num primeiro momento ele não encontrou seu amigo ...

O Menino, o Homem e a Amendoeira

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Era uma vez um menino, que no outono ficava olhando com encanto a sua vizinha varrendo as folhas da amendoeira que caíam no quintal, muitas e muitas folhas. O encanto era tão somente do menino, pois sua vizinha não gostava daquelas folhas, que todos os anos sujavam toda a frente de sua casa  —  aquilo era um grande desencanto para ela. O menino não sabia se gostava mais do outono, ou das folhas de outono, ou ainda da própria amendoeira, que era belíssima e muito alta. Então, ele desejou um dia poder também varrer folhas de uma árvore como aquela nas proximidades de sua casa.  Cinquenta anos depois, quem passasse por aquela rua no alto de um morro, nos meses de outono, muitas vezes observava um homem contente da vida, com sua vassoura de piaçava nas mãos, varrendo carinhosamente enormes quantidades de folhas da amendoeira do seu vizinho do lado. Cada uma daquelas folhas seriam levadas para a mata próxima, onde seriam utilizadas como fertilizante natural. Aquele homem entra...

O Agricultor Urbano e o Ramo de Primavera

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Era um dia de verão, e o Agricultor Urbano, como qualquer cidadão comum, andava tranquilamente pela ruas. O calor era tanto que era possível observar a olhos nus o vapor subindo do asfalto, onde a temperatura deveria estar beirando os 50 graus. O Agricultor não dava muita importância àquelas elevadas temperaturas, ele não tinha em suas mãos o menor poder para mudar aquilo, mas olhando pelo chão, observou algo que deteve os seus passos: Um pequeno galho de um arbusto lenhoso de médio a grande porte, sem tamanho definido, de muitos ramos, espinhento, e em função de sua exuberante beleza, cultivado no mundo inteiro pelas sua inflorescências coloridas. Com a sua vivência no campo ele sabia que estava diante de um ramo de Primavera (Bougainvillea spectabilis).  O Agricultor notou então pelos ferimentos, que o pobre do ramo já havia mesmo sido atropelado por algum automóvel, e percebendo a seiva que, como lágrimas rolavam pelo asfalto, constatou que a planta ainda estava viva. Como naqu...