O Agricultor Urbano e a Erithrina Verna

Naquela tarde de sábado, tendo terminado a sua lida pelo campo, o Agricultor Urbano parou sua caminhada de volta para sua casa, e então, passando por uma 
Erythrina Verna no seu caminho,  admirou com olhar de contentamento lá no alto a sua copa, e no seu ato de contemplar refletiu: 

"Como demorou a florir esta árvore... Um dia veio o fogo e a queimou de cima a baixo, restando dela somente as raízes. Então, como a Fênix, ela conseguiu renascer das próprias cinzas, e agora é uma árvore bonita e muito alta. Com suas flores avermelhadas vieram os beija-flores, as maritacas, muitos outros pássaros e uma grande quantidade de sementes. A Erythrina, na sua saúde, não guardou pelo fogo nenhum ressentimento, pois ressentimentos são coisas dos egos humanos, e não das árvores que crescem confiantes servindo a Deus, independentemente de quaisquer circunstâncias".

Assim refletiu o Agricultor Urbano pelos caminhos por onde pisavam as suas botas, ao observar com alegria e gratidão, sob o céu azul e branco daquela tarde de inverno, as belíssimas flores e sementes em suspensão de sua amada Erythrina Verna.

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