Sem Ti Senhor...
Sem Ti Senhor, sou a terra árida... |
Abra as portas para eu entrar meu Pai, abra as portas do seu reino Senhor, preciso tanto de Ti, sem Ti não sou nada, sem Ti Senhor, nada faz sentido, sem Ti Senhor, não tenho palavras, nem paz, nem tristeza, nem esperança, nem nada... Sem Ti Senhor, planto sem alegria, sem Ti Senhor, tudo fica sem sentido, tudo é pranto, sem Ti Senhor, sou como Paulo às portas de Damasco, tão sedento de Ti, sem Ti Senhor, sou a terra árida sem a chuva, sou o rico seco, sou o avesso da vida, preciso tanto de Ti Senhor, preciso do seu amor e de sua presença em mim. Sem Ti Senhor tudo é cinza, milhares de tons de cinza, sem Ti Senhor, sou um escravo do mundo e das emoções, um servo das ilusões. Minha vida Senhor, confesso agora, sempre tão longe de Ti, não passou de um enorme deserto, agora meu Pai estou ávido de sua presença, cansei Senhor, cansei dos brinquedos da vida, cansei dos prazeres do mundo, cansei da glória vazia, tudo isto Senhor, sinto agora, é como pó, minha vida Senhor, sinto agora, sinto muito, por milênios, tão distante de Ti é uma montanha de nada, é um vácuo só. Gostaria de ser Senhor, como o agricultor, que ao longo do outono e inverno arou o solo, deixando tudo preparado para a plantação, e agora Senhor, ele, cheio de esperança e com a sensação do dever cumprido espera pela chuva, e sem a chuva Senhor não tem colheita, sem a benção da chuva Senhor, somente deserto e aridez, porém Senhor, o sábio agricultor sabe esperar, e espera de forma confiante e serena. Senhor, tenho muito medo de fazer aquela pergunta, aquela Senhor, que Paulo fez às portas de Damasco, talvez Senhor, apesar de desejá-lo tanto, ainda não esteja verdadeiramente preparado para servi-lo, talvez Senhor, ainda não esteja pronto para a entrega incondicional da alma, para a rendição total, e por isto ainda sofro, sofro pelos velhos apegos ainda arraigados em mim, sofro pelas velhas estruturas mentais e emocionais, quero ser livre Senhor, quero caminhar até Ti, porém Senhor, sinto-me ainda e contraditoriamente preso aos laços do mundo, sou então Senhor, um homem no umbral da porta, não me sinto ligado ao mundo, mesmo vivendo e pertencendo a ele, e ao mesmo tempo, não me sinto alçado ao meu próprio céu, estou Senhor, sem Ti, preso então entre o céu que deslumbro e o inferno que habita em mim. O que fazer agora Senhor, depois de tanto caminhar, sinto-me cansado, com dificuldades para prosseguir, e não tenho também forças para voltar, e certamente, jamais conseguiria ser novamente o homem que fui, estou tão confuso Senhor, ajude-me Senhor. O agricultor sabe Senhor, que é preciso que a semente morra para que a planta possa germinar, ajude-me então Senhor a brotar como a semente, a brotar para Ti Senhor, que a minha semente possa morrer Senhor, para que o divino que habita em mim possa finalmente nascer, em toda a sua plenitude, nascer para a vida Senhor, nascer para Ti, sem Ti Senhor, sou como poeira ao vento, vagando, vagando, vagando...
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