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O Veículo Espiritual dos 12 Passos

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A sala está aberta e os companheiros chegam para a reunião; todos estão ansiosos para lavarem seus corações e colocarem para fora suas frustrações, seus medos, seus receios, suas dores e seus mais profundos e não revelados segredos. A espiritualidade dos 12 Passos é como um motor a combustão. Cada companheiro traz dentro de si uma diminuta faísca elétrica, que através da coragem e da sinceridade, no momento do depoimento costuma gerar uma centelha. A espiritualidade dos 12 Passos está estacionada na sala. Todos na reunião estão ávidos de luz e espiritualidade, todos na sala estão buscando algo grandioso para aplacar o gélido frio dos desertos e áridos corações; todos estão tão esperançosos, e a reunião finalmente terá o seu início. A espiritualidade dos 12 Passos é como um motor a combustão aguardando a ignição. O primeiro companheiro pede a palavra e fala sobre o tempo, fala sobre as contas para pagar, fala sobre segredos que ele um dia finalmente revelará para todos...

O Agricultor Urbano Sob o Céu Plúmbeo de Agosto

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Na manhã deste domingo, 04 de agosto de 2019, vários brasileiros na região Sul Fluminense do Brasil, afirmaram terem visto finalmente o lendário Agricultor Urbano e seus amáveis e inseparáveis vira latas.  Alguns chegaram mesmo a afirmar que conversaram com ele. Como estava chovendo um pouco  —  afirmaram estes brasileiros  — , estas testemunhas não conseguiram tirar nenhuma foto do grande acontecimento. Em poucos minutos a notícia veiculou pelas redes sociais, chegando em frações de segundos à Europa, China, Rússia Estados Unidos, e além.  Todas as grandes potências mundiais queriam fazer em primeira mão a foto do lendário Agricultor, algo assim tão fabuloso como o passo do primeiro homem em Marte em um futuro próximo. Rapidamente poderosos satélites foram apontados para as coordenadas da região da aparição, mas como o céu estava plúmbeo e coberto de densas nuvens, o fato não pode ser cientificamente comprovado.  Alguns cientistas um pouco mais...

A Porta Aberta da Sala de 12 Passos

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Os brasileiros, com seu tradicional jeito de fazerem graça com tudo, costumam falar que os cachorros entram nas igrejas porque encontram as portas abertas. Seria mesmo isso?  02 de agosto de 1998, a porta da sala de 12 Passos estava aberta, entrei e sentei-me bem lá no cantinho, como se pudesse ficar escondidinho ali dentro; era um domingo, e desde então, minha vida nunca mais foi a mesma. Daquele domingo, recordo-me que no final da reunião anotei em minha agenda a Oração da Serenidade, e um lema que estava gravado em um papel sobre a parede: Só por hoje serei feliz.  Hoje, Poder Superior, vinte e um anos depois, escrevo tão somente para agradecer aquele porta aberta, que mudou totalmente a minha forma de olhar o mundo e viver. Aquela porta aberta abriu a porta do meu quarto e do meu coração, que estiveram por muitos anos fechadas para tudo e para todos; Aquela porta aberta não abriu para mim a porta de um céu de conto de fadas, com seus príncipes, princesas...

O Fiel Despertador do Agricultor Urbano

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Domingo, 14 de julho de 2019, 14 graus Celsius; o Agricultor Urbano já está acordado mas ainda não levantou, está esperando pelo seu fiel despertador. Passados mais alguns instantes, o seu fiel despertador anuncia que está na hora de ir para o campo cuidar das árvores. Ao lado da cama, sobre o criado mudo, o Agricultor pega o seu celular e olha: Seis horas e quatorze minutos; o fiel despertador, como sempre, tocou na hora certa. O alarme do celular está desligado, bem como todo e qualquer outro alarme existente na casa. O fiel despertador do Agricultor sempre toca. Quem escreve admite que ele não tem a precisão do britânico Big Ben, ou dos antigos relógios analógicos suíços, ou ainda, dos modernos relógios digitais e atômicos, não tem... O fiel despertador do Agricultor eventualmente adianta ou atrasa alguns minutos (mais ou menos dois). Com o Agricultor presente na sua casa — toca somente neste caso —, com chuva ou com sol, frio ou calor, horário de verão ou horário de Deus, com ...

O Paradoxo da Criança Interior

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Era uma vez, lá no Reino do Meio da Escuridão, uma Coruja que voava livremente pelas altas árvores da floresta; era a Coruja Iluminada à procura do menino Lampião. Depois de muito voar, ela finalmente o localizou sob a sombra de uma grande paineira, juntamente com sua vira lata, a Luz. A Coruja Iluminada cessou o seu voo, recolheu suas asas, e pousou suavemente em um dos galhos da frondosa paineira em flor — era primavera. Ficou ali anônima e calada por alguns instantes — assim como as corujas normais —, apenas observando aquele menino — a Coruja amava o menino Lampião. Depois de algum tempo, finalmente deu o ar de sua graça. — Boa tarde menino Lampião. — Boa tarde Coruja. Tudo bem com você? — Tudo em paz menino Lampião.  — Está de folga hoje do seu plantão de ajuda aos peregrinos Coruja? — Sim menino... hoje é um dia especial, um dia de voo de gratidão. — Voo de gratidão? — Sim menino Lampião. Hoje venho agradecer-lhe por todas estas belíssimas...

O Segundo Passo é Uma Ponte

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O Segundo Passo é uma ponte que liga a ilha de minhas doentias emoções, ao continente dos homens que já encontraram a fé em um Poder Superior. Sob a ponte, o pavoroso e depressivo mar, que circunda a minha remota ilha de dor e sofrimento emocional. Já não estou mais na ilha, e não estou ainda no continente; estou sobre a ponte tentando fazer a travessia. Neste momento a ponte é o meu arrimo, é o meu cajado, é a minha segurança e minha única esperança, é mesmo tudo o que eu tenho a fim de afastar-me definitivamente do meu isolamento e profundo sofrimento — a solidão dói como a mais absoluta certeza de que é para sempre.  Não posso, não devo e não quero voltar para a ilha, e não sei ainda como é este continente onde as pessoas entregam suas vidas a um Poder Superior, mas, por conhecer a ilha e todo o tormento que a envolve, preciso continuar andando em frente por sobre esta ponte.  Caminho tropegamente sobre a ponte, e sob um nevoeiro de dúvidas e incertezas ...

A Coruja, a Peregrina, a Criança e o Menino Lampião

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Era uma vez, lá no Reino do Meio da Escuridão, uma peregrina de pés no chão, que andava pela floresta à procura da Coruja Iluminada ; esta colocava-se sempre à disposição de todos aqueles que a procuravam. Sua fama de sabedoria e amor havia alcançado longas distâncias. Até que um dia, orientada e guiada pelo menino Lampião e sua cadelinha Luz, que andavam pela floresta, a peregrina finalmente conseguiu encontrar-se com a Coruja. — Bom dia coruja — Bom dia peregrina dos pés descalços. — Coruja, há muitos anos procuro em todo mundo, constante e intensivamente a minha felicidade, porém, por mais que eu procure, encontro tão somente a minha própria angústia de viver. — O Mundo não pode oferecer-lhe algo que já existe e é somente seu, e que já está dentro de você. — Coruja, como eu faço então para encontrar o que já me pertence? — Pare de procurar do lado de fora e siga as pegadas de sua Criança. — Você bebeu Coruja? Que Criança? Sou solteira e não ...