A Máquina dos Sentimentos
Era uma vez uma aldeia, em um lugar muito distante, onde, por alguma razão desconhecida, todos os habitantes haviam perdido a capacidade de sentir. Não havia entre as pessoas nenhuma emoção, tudo era feito de maneira formal e racional, de forma que, com o passar do tempo tudo foi ficando meio cinza, meio opaco... Os governantes da aldeia, preocupados com aquela situação, perceberam o problema, e descobriram que numa terra muito além, muito ao norte, os homens de lá haviam desenvolvido uma máquina com emoção artificial, e então compraram uma delas e a colocaram na praça central, onde ocorria a feira livre a séculos. Era uma máquina com mil botões, cada botão com mil parafusos, cada parafuso com mil porcas, cada porca com mil arruelas, cada arruela com mil fios e cada fio com mil portas. Como ninguém sabia o nome correto da máquina, resolveram apelidá-la então de máquina dos mil botões. Desde então, todos aldeões, ou não, eram livres para apertarem à vontade os seus mi...