Tia Lucimar e as Crianças de Amanhã
Para a tia Lucimar, minha irmã, a vida nunca foi doce, lá pelos seus oito anos de idade foi diagnosticada a diabetes, e daí em diante ela não podia mais comer guloseimas, e democraticamente ninguém mais na casa, claro que nós sempre dávamos um jeitinho de contrabandear alguma coisa, e quando a minha tia avó Amélia aparecia por lá, dentro da bolsa sempre haviam muitas balas, que eu e meus irmãos comíamos rapidamente, escondidos pelos cantos da casa. Apesar de não consumir os doces, ela possuía em sim muita doçura, principalmente com as crianças. Verde pode passar, laranja, atenção reduza a velocidade, vermelho, pare. E os sobrinhos brincavam tão contentes com a tia, e alguns avançavam o sinal vermelho e gargalhavam, e a tia dizia que não podia fazer aquilo, que quando o sinal ficasse vermelho a regra deveria ser obedecida, e a regra era parar naquele semáforo que ela havia carinhosamente encomendado ao marceneiro, nosso vizinho, tendo este, a pedido dela, colocado as lâmpadas l...