Incongruências do Medo, Congruências do Amor
Medo de ir, medo de estar, medo de ficar...
Medo do passado, medo do futuro, medo do presente, medo de ser visto, medo de ser anônimo...
Medo de mim, medo dos outros, medo dos autoritários, medo dos simples, medo de tudo, medo de todos...
Percebo neste instante que não sentia nenhum medo na presença da costureira...
A costureira não julgava, não apontava o dedo, não censurava... O amor da costureira tinha poder suficiente para penetrar suavemente, como uma gota de luz, nos medonhos porões do meu medo...
Muito medo em mim foi superado, mas o medo primitivo ainda existe, medo da entrega, medo de amar e ser amado... Faço então diariamente exercícios de amor, não existe outra maneira de abandonar meu cárcere. Se ainda vago pelas minhas prisões mentais, somente o amor em mim me libertará. Se o amor da costureira me encantava, imagine então o meu próprio amor...
O encarcerado em mim precisa muito do meu amor, vou ajudá-lo então...
Só por hoje me amarei...
Só por hoje me aceitarei...
Só por hoje serei o meu melhor amigo...
Só por hoje confiarei incondicionalmente em mim...
Só por hoje entrarei em minha prisão mental e libertarei das garras de sua primitiva ilusão o outro que sou e que ainda está lá...
Pois se o outro em mim está preso, preso estou também, e não libertando o outro que sou, jamais sentirei a plena liberdade em mim...
Pois o outro em mim é plural, e são na verdade todos os demais que ainda não consigo amar, todos os outros...
Mas eu sou o outro também, portanto que o amor comece por mim, a fim de que do fundo de minha alma eu possa sentir e dizer...
Ei outro que é você, ei... dividimos a mesma cela e sentimos as mesmas dores, ei outro que é você, ei outro que sou eu... eu te amo.
Amo esse agricultor! Deus permita que continue a plantar boas sementes.
ResponderExcluirQue Deus dê, cada vez mais, fertilidade, ao abençoado Agricultor.
ResponderExcluirQue a lavoura seja fecunda e possamos todos nós ser abençoados por ela.
Muito bom o texto, amigo!
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