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As Escadas do Convento

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Escadas do Convento de Santo Antônio Era uma segunda feira, hora do almoço, o agricultor estava na cidade do Rio de Janeiro. Seu bilhete único carioca precisava de carga, a fim de poder voltar para sua casa urbana no final do dia. E assim ele fez, desceu de elevador, chegando na rua Uruguaiana, virou à esquerda e foi seguindo pela Rua da Assembléia, cruzando a Avenida Rio Branco, Rua do Rosário e Rua do Carmo, até o ponto de recarga do cartão. Depois de entrar na loja e colocar os créditos, resolveu voltar para o trabalho, porém, havia algo estranho, ele não estava se sentindo muito bem, é como se houvesse dentro dele um vazio de alegria, algo ainda precisava ser recarregado. E o agricultor foi subindo pela Rua da Assembléia, fazendo o caminho inverso, chegando na Rua Uruguaiana, olhou para sua esquerda, e avistou lá no alto o convento de Santo Antônio, era lá que ele precisava ir agora. Seguiu em direção ao convento, lá chegando, subiu as escadas, passou pelo pátio e entrou na ig...

Tempo de Crescer

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Pinheiro da casa do agricultor No alto de um morro, sob a sombra de um pinheiro, o agricultor começou lentamente o processo de reflorestamento de uma área bastante degradada, ou melhor, desprezada por todos. Além  do pinheiro, pouca coisa crescia ali, o solo era muito pobre e seco, haviam alguns sombreiros, um pé de eucalipto, um pé de sansão do campo e umas poucas árvores nativas da região. A maior de todas estas árvores era o pinheiro, um pouco acomodado, possivelmente com uma altura em torno de 15 metros, com potencial, porém para crescer muito mais, os pinheiros crescem muito.  E as novas árvores foram sendo plantadas, e com o passar do tempo foram se desenvolvendo e começando a fazer sombra. Nas proximidades do pinheiro cresciam o pau jacaré, a santa bárbara, a gameleira, o angico branco e muitas outras, de forma que a cada dia a acomodada árvore recebia cada vez menos luz solar. Aquele pinheiro estava ali talvez a uns 30 anos, poderia ter se desenvolvido mais, os pi...

O Engenheiro Celeste

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Na vastidão das alturas brotou a saudade A vida não é fácil para ninguém, principalmente para os brasileiros. Quando ainda era jovem o garoto perdeu o pai, que morreu em um acidente de trabalho, e daí em diante a vida ficou ainda um pouco mais difícil, o pai faz sempre muita falta, é uma referência para toda a vida. Porém a vida continuou, e ele, mesmo sentindo aquele eterno e impreenchível vazio interior continuou o seu caminho, foi vivendo, estudando, sonhando, sofrendo, rindo, chorando, seguindo adiante... A educação poderia ser uma ponte para o futuro, e o garoto. apesar das dificuldades, estudou bastante e conseguiu completar o curso técnico. Ele, além da juventude e beleza, era também talentoso e inteligente, e logo, com a sua qualificação profissional conseguiu um trabalho lá em Vitória, capital dos Capixabas, e por lá ficou alguns anos, ganhando a sua vida e construindo a sua família. Seu pai havia sido também um técnico, e era também um aviador, com brevê e tudo, e o ...

Os Outros em Mim

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Não sei se escrevo, ou se escrevem através de mim Pelos canais de minha emoção, muitas vezes, inesperadamente, aqueles que se foram, ou os que ainda estão, me visitam. Chegam de mansinho, com suavidade, e sem dizerem uma única palavra, falam de suas vidas, suas histórias, dores e amores, falam da tristeza, da aventura, da alegria de ser e viver, falam da saudade e sobretudo da esperança. Tudo é muito rápido, não sei precisar o tempo, quando percebo, as palavras já estão brotando de dentro de mim, povoando linhas e linhas, as lágrimas já estão escorrendo pelos olhos, num processo leve que me traz tanta paz e contentamento. Sinto que eles querem me dizer que a vida nunca morre, que vale a pena viver sempre, aceitando tudo o que a vida nos reserva. Não sei se sou eu quem escrevo, ou se sou escrito por eles, mas o que leio depois traz para mim uma infinita alegria, uma alegria que vem de dentro, é como se eu e eles, os outros que estão em mim, formássemos um único ser, algo integral ...

O Escritor e a Ansiedade

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Billy, o Vira lata tranquilo, sem ansiedade. Por favor leitor, por favor, não clique ainda, eu sei que existem ainda milhões de coisas para serem lidas e o tempo é curto, por favor, leia até o fim. Calma escritor, calma, escreva devagar. Vá escrevendo e observando, sem pressa, calma, calma, não poste ainda, você nem terminou, está ainda nas primeiras linhas do texto e já quer postar, mandar para a nuvem, calma... Continue escrevendo, sinta com o seu coração cada letra, cada palavra, cada sentença, escreva com carinho. Ei, continue escrevendo, eu sei que você quer parar, quer ir na cozinha comer alguma coisa, não vá agora, concentre-se na escrita, faça uma coisa de cada vez, escreva primeiro, e depois você vai comer. Ah, você deixou o fogo do fogão ligado enquanto está escrevendo, ou seja, quer fazer duas coisas ao mesmo tempo, enquanto escreve está preocupado em controlar o tempo do cozimento, e desta forma, nem escreve direito, nem coze direito. Tá bom, pare de escrever e vá dar ...

O Engenheiro Celeste

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Na vastidão das alturas brotou a saudade  A vida não é fácil para ninguém, principalmente para os brasileiros. Quando ainda era jovem o garoto perdeu o pai, que morreu em um acidente de trabalho, e daí em diante a vida ficou ainda um pouco mais difícil, o pai faz sempre muita falta, é uma referência para toda a vida. Porém a vida continuou, e ele, mesmo sentindo aquele eterno e impreenchível vazio interior continuou o seu caminho, foi vivendo, estudando, sonhando, sofrendo, rindo, chorando, seguindo adiante... A educação poderia ser uma ponte para o futuro, e o garoto. apesar das dificuldades, estudou bastante e conseguiu completar o curso técnico. Ele, além da juventude e beleza, era também talentoso e inteligente, e logo, com a sua qualificação profissional conseguiu um trabalho lá em Vitória, capital dos Capixabas, e por lá ficou alguns anos, ganhando a sua vida e construindo a sua família. Seu pai havia sido também um técnico, e era também um aviador, com brevê e tudo,...

Bateria Recarregada

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Segunda feira, 7:15 horas da manhã, o agricultor está no ponto de ônibus, esperando pelo 217 ou 226 que vai levá-lo até o seu trabalho lá na cidade. O carioca não diz "vou ao centro", ele diz, "vou à cidade", e é na cidade que o agricultor trabalha. Depois de passar 2 dias no interior, de pisar no chão, cuidar de plantas, andar pelo mato, coletar sementes, cuidar das árvores, reencontrar os parentes e amigos, é chegada a hora de encarnar o seu lado urbano. Seus pés, agora, não mais descalços pisam sobre as pedras portuguesas, tão comum no Rio de Janeiro, daqui a pouco o ônibus vai passar, como ainda é bem cedo, provavelmente ele vai sentando, podendo desfrutar da paisagem urbana, passará pela Praça da Bandeira, seguirá em seguida pela Avenida Presidente Vargas, na altura da Central do Brasil, cruzará o Campo de Santana, passará pertinho, pertinho da Igreja de São Jorge, como o agricultor urbano, tal como os cariocas de um modo geral gostam de São Jorge, Saravá Og...