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A jovem e o Paraíso

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Ipê amarelo florido em um belo dia de sol A moça era bonita, educada, estudiosa e sonhadora. Todos os dias bem cedo ia para a escola, era uma das melhores alunas, muito inteligente era aquela moça, suas notas eram sempre as melhores da sala, da escola, da cidade... Um dia, passando por um ponto de ônibus perto de sua casa, a moça viu um ônibus que fazia a linha para o bairro Paraíso. Nossa, pensou a moça, este bairro, o Paraíso deve ser algo muito bonito, lá deve ter muitas cachoeiras, rios com água cristalina, muitas árvores da mata atlântica, pássaros, bromélias, samambaias, muitas flores, muita beleza, muita paz, deve ser um encanto este bairro, o Paraíso. Daquele dia em diante, sempre que a jovem passava pelo ponto e via lá o ônibus, ficava a sonhar com aquele Paraíso, logo ali, no ponto final daquela linha. Aquela idéia de visitar o Paraíso foi tomando forma em sua mente, em seu coração, até que, em um certo dia, a jovem chegou da escola, fez a refeição, deixou pronto todo...

O agricultor e a solidão

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Por do Sol no Cerrado O agricultor estava solitário (como sempre) naquela manhã de domingo, cuidando de suas árvores, suas queridas árvores. Estava tudo tão bonito e agradável, ele estava muito feliz, uma felicidade interior, que vinha bem de dentro dele, ia olhando as plantas, preparando novas covas para as próximas mudas, procurando por formigueiros, aqui e ali descansava sob a sombra de suas amigas, tudo em paz. Olhou ao redor e não viu ninguém, nem no bosque, nem na rua próxima, nem no bairro logo abaixo da jovem mata, era muito cedo, naquela hora somente ele e os pássaros. Nem sempre havia sido assim, pensou o agricultor consigo mesmo, houve um tempo em que ele sentia um sentimento que doía profundamente, vamos chamar este sentimento de solidão. O agricultor cultivava dentro dele um grande vazio, e achava ele que este sentimento era causado pela ausência das pessoas ao seu redor, quando não haviam pessoas por perto, o agricultor sentia a tal da solidão. Posto isto, ele sempre...

O agricultor no Aeroporto de Guarulhos

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Visão do Agricultor no Aeroporto Santos Dumond O Agricultor urbano estava  voltando de uma viagem de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o vôo fazia conexão no Aeroporto de Guarulhos, de forma que teve que aguardar por 1 hora o embarque para o Rio de Janeiro. Estava sentado aguardando, e quando olhou para o banco ao lado, que estava vazio, viu um bonito celular, destes grandes, caros e modernos. Pensou o Agricultor: "alguém que estava sentado saiu e esqueceu de levar o aparelho. O que devo fazer?" Em um primeiro momento, pegou o aparelho e deixou bem visível em cima de sua bolsa, caso o dono voltasse para procurar, seria fácil de devolver, porém, o tempo passou, o dono não apareceu e estava chegando a hora da chamada para o portão. O agricultor precisava tomar uma decisão, tentou ligar o telefone para achar algum contato, mas não foi possível, ele estava descarregado. Ele poderia deixar na administração, deixar sobre o banco, ou levar para o Rio o que faria? Quando fizera...

Hoje a natureza precisa de mim

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Primeiros frutos do Coqueiro Hoje é domingo, bem cedo, 6:15 horas, quero ficar mais um pouquinho na cama, não é possível, preciso levantar, agora a natureza precisa de mim. Ainda é inverno, faz um pouco de frio, não posso ainda plantar, a terra está muito seca, porém já existem em muitas árvores muitas sementes para serem coletadas, preciso ir ao encontro delas, hoje a natureza precisa de mim. Vou coletando as sementes, enchendo saquinhos com terra, semeando, preparando as novas mudas que serão levadas para o campo na primavera e verão, aqui e ali mudinhas começam a germinar, precisam de carinho, precisam de água, precisam de mim. Saio à procura de sementes, do maior número de variedades possíveis, encontro pequeninas mudinhas, retiro da terra com muito cuidado e coloco as em saquinhos, ainda não está chovendo, no viveiro improvisado sob a meia sombra de árvores amigas, centenas de mudinhas aguardam pela água, vou regando, vou cuidando, vou me alegrando... Vou pelas bordas da mata...

Que Bonito!

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Árvore nativa do cerrado brasileiro Estive em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no cerrado brasileiro, como é bonito o cerrado. No hotel onde fiquei hospedado, havia um muro que separava a mata nativa dos gramados e coqueiros introduzidos pelo homem. Estava nos limites do hotel, porém uma árvore amiga, nativa, estendeu seus galhos além do muro e doou-me várias de suas sementes, que obviamente não recusei, peguei muitas e coloquei no bolso, feliz da vida, que bonito. O cerrado é um bioma muito belo, com plantas que somente ocorrem por lá, lembra um pouco as savanas africanas, infelizmente, vi muito plantio de eucaliptos e pinheiros, bem como muitos pastos expulsando a vegetação nativa, muitas vezes vamos destruindo nossas riquezas sem ao menos conhecê-las. Estava a uma pequena distância da cidade de Bonito, alguns amigos meus esticaram a permanência e foram passear por lá, porém, como tinha que trabalhar depois do final de semana, tive que voltar para o Rio de Janeiro, sem poder ...

Não fuja de sua própria angústia

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Limoeiro O agricultor encontra uma bela jovem que gosta tanto de ler suas postagens, e pergunta para ela: - E ai moça bonita, você já leu o post onde o agricultor conversa com sua própria angústia? - Não li - responde a jovem. - E por que não leu? - Porque estou angustiada.

A primeira flor é como o primeiro beijo

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Ipê Branco com uma única flor O pequenino pé de ipê branco floriu, uma única flor, quem sabe a primeira de muitas. Lembro-me da primeira vez que vi um ipê branco florido, morava nesta época em Sorocaba, interior de São Paulo. Passava todos os dias perto dele esperando pelas sementes, e quando estas surgiram, peguei um montão delas, semeei, fiz muitas muitas que posteriormente plantei em diversos lugares, e muitas vingaram. Este ai da foto está plantado no quintal de minha casa, e é, digamos assim, neto do ipê sorocabano, a mãe dele (digamos assim) está plantada na casa de meus pais e todos os anos floresce com exuberância. A primeira flor é como o primeiro beijo, nunca esquecemos.