O Agricultor, Seu Velho Ego e a Mariola
Ainda não eram cinco horas da manhã, estava escuro ainda, contudo o Agricultor já estava de pé. Tomou o seu café, encheu sua garrafa com água da fonte, pegou um tablete de mariola (*) e caminhou em direção ao seu campo; o período seco estava chegando e era necessário fazer um aceiro ao longo de toda a cerca, a fim de evitar as desastrosas queimadas de inverno na plantação — alguns inconsequentes incendiários faziam das maravilhas que brotam do chão um verdadeiro cemitério de carvão. O campo ficava do lado leste de sua casa, para onde caminhou com suas velhas botas; chegou lá junto com os primeiros raios do sol da manhã que surgiam na linha do horizonte, vindos de um distante leste onde seus pés jamais pisariam um dia. Pouco tempo depois seu corpo e sua alma já estavam aquecidos com o movimento constante e vigoroso da enxada sobre o africano capim braquiária. Três horas mais tarde, já bastante suado e cansado pelo esforço contínuo, resolveu fazer uma pausa para beber um pouco d'águ...