Incongruências do Medo, Congruências do Amor
Medo de meu pai chegar, medo de meu pai partir, medo do meu pai jamais voltar... Medo de ir, medo de estar, medo de ficar... Medo do passado, medo do futuro, medo do presente, medo de ser visto, medo de ser anônimo... Medo de mim, medo dos outros, medo dos autoritários, medo dos simples, medo de tudo, medo de todos... Percebo neste instante que não sentia nenhum medo na presença da costureira... A costureira não julgava, não apontava o dedo, não censurava... O amor da costureira tinha poder suficiente para penetrar suavemente, como uma gota de luz, nos medonhos porões do meu medo... Muito medo em mim foi superado, mas o medo primitivo ainda existe, medo da entrega, medo de amar e ser amado... Faço então diariamente exercícios de amor, não existe outra maneira de abandonar meu cárcere. Se ainda vago pelas minhas prisões mentais, somente o amor em mim me libertará. Se o amor da costureira me encantava, imagine então o meu próprio am...